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Publicado em 05 de agosto de 2011 às 10h37min
Tag(s): CTB
A CTB, a UGT, a Força Sindical, a Nova Central e a CGTB, além de diversos movimentos sociais, promoveram, nesta quarta-feira (3), em São Paulo, um ato histórico em defesa da Agenda da Classe Trabalhadora. Mais de 80 mil pessoas participaram da passeata entre o Estádio do Pacaembu e a Assembleia Legislativa, apostando na unidade como elemento fundamental para novas conquistas.
A passeata começou na Praça Charles Miller, em frente ao Estádio do Pacaembu, e seguiu em direção à Assembleia Legislativa, passando pela Avenida Paulista. Para o vice-presidente da CTB, Nivaldo Santana, o ato foi “uma das maiores demonstrações de unidade dos trabalhadores e uma das maiores passeatas que São Paulo já viu”.
Ao longo do percurso, os dirigentes sindicais expuseram suas reivindicações, em conformidade ao conteúdo da Agenda da Classe Trabalhadora, documento resultante da 2ª Conclat, realizada no ano passado. Temas como a redução da jornada de trabalho para 40 horas, o fim do fator previdenciário e das práticas antissindicais e a regulamentação das terceirizações ganharam destaque.
Desindustrialização e política econômica
Durante o ato, o presidente da CTB, Wagner Gomes, reforçou a necessidade de o país alterar sua política macroeconômica. “Somente com a redução dos juros será possível que o Brasil dê início a uma nova política de desenvolvimento, que valorize o trabalho e a classe trabalhadora”, afirmou.
O dirigente também atacou as medidas anunciadas pelo governo federal um dia antes, a fim de estimular a indústria nacional. “A desoneração da folha de pagamentos proposta pela presidenta Dilma agrada somente aos empresários. Ainda por cima, essas medidas ainda vão agravar futuramente o equilíbrio da Previdência Social”, afirmou Wagner Gomes, que também criticou a ausência das centrais sindicais no processo de elaboração da nova política.
Nivaldo Santana listou diversos setores da sociedade que sofrem diretamente as consequências da atual política econômica. “O Brasil não suporta mais pagar bilhões e bilhões para os banqueiros, não pode mais ter uma taxa cambial forte que prejudica os trabalhadores, prejudica os aposentados, quebra a nossa indústria e leva o país para a insegurança. Nós queremos um grande desenvolvimento para o nosso país com a valorização do trabalho, com jornada de 40 horas semanais, do fim do fator previdenciário, com a regulamentação da terceirização e com toda a agenda que unifica as centrais e os movimentos sindicais. A nossa luta vai continuar até que consigamos aprovar toda a agenda da classe trabalhadora”, discursou.
Greve geral
Todos os dirigentes que falaram no palanque da Assembleia Legislativa ressaltaram a importância do ato das centrais sindicais unidas. O próximo passo agora será invadir Brasília e o Congresso Nacional.
“É a força dos trabalhadores e trabalhadoras que vai fazer a gente peitar o sistema financeiro. É a força do povo que vai fazer a gente peitar a política de juros, esse câmbio que só traz prejuízo para a economia brasileira. É preciso defender nosso país, defender a nossa nação, é isso que a centrais sindicais e os movimentos sociais estão fazendo, defender a classe trabalhadora”, afirmou Wagner Gomes.
O presidente da CTB encerrou sua fala com uma mensagem para o governo: “Portanto, presidenta Dilma, o povo quer que as mudanças que começaram em 2002 continuem. Foi para isso que a elegemos", afirmou.
FSM presente
Representando a Federação Sindical Mundial (FSM), João Batista Lemos, secretário adjunto Internacional da CTB, levou a solidariedade e o apoio da entidade internacional à luta dos trabalhadores brasileiros. Ele lembrou que as centrais têm voltado todos os esforços para tratar do tema desindustrialização e pediu mudanças.
“A FSM está lado a lado com os trabalhadores brasileiros em sua luta. O processo de desindustrialização que hoje o país atravessa não só afeta a produção e o emprego no país, como também vai na contramão do projeto de desenvolvimento que o Brasil precisa. O Brasil precisa de emprego, fortalecer sua economia, sua industria para mais uma vez elevar o protagonismo da classe trabalhadora”, afirmou Batista.
O dirigente também convocou a todos para participar do Dia Internacional de Ação deste ano, convocado pela FSM para 3 de outubro. "Precisamos que os trabalhadores de todo o mundo se unam nesta data para lutar por uma jornada de trabalho menor. No Brasil estamos lutando agora pelas 40h semanais, mas queremos chegar às 35 horas semanais, com sete horas por dia, cinco dias por semana. Para isso, precisaremos de muita luta", afirmou.