Publicado em 11 de agosto de 2011 às 14h23min
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A Fundação Cearense de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico (Funcap) lançou nesta quarta-feira (10) o terceiro edital do Fundo de Inovação Tecnológica (FIT) com R$ 10 milhões, na Federação das Indústrias do Ceará (Fiec) destinados a médias e grandes empresas. Outro edital de R$ 9,8 milhões foi lançado em parceria da Funcap com a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) exclusivamente para micro e pequenas empresas, meio a meio para cada agência de fomento.
O FIT tem em caixa R$ 40 milhões, informou o secretário adjunto da secretaria da Ciência, Tecnologia e Educação Superior, Almir Bittencourt. O presidente da Funcap, Tarcísio Pequeno, adiantou que o Conselho Gestor do FIT (Cogefit) aprovou dois novos editais que serão lançados posteriormente, um para financiamento à inovação e outro para a cadeia da inovação em áreas portadoras de futuro.
Rui Gregório, da Área de Subvenção e Cooperação da Finep, informou que a agência de fomento federal deve lançar um novo instrumento de financiamento da inovação para as micro e pequenas empresas. No evento, por solicitação dos empresários, Tarcísio Pequeno anunciou que foi prorrogado em 15 dias o prazo para entrega dos projetos no site da Funcap, antes previsto para 25 de agosto.
No edital do FIT, as empresas com faturamento até R$ 10,6 milhões anuais podem se habilitar a financiamento de até R$ 500 mil com contrapartida de 20% do total a ser captado. Para as empresas que faturam de R$ 10,6 milhões até R$ 60 milhões, o teto de captação chega a R$ 800 mil e a contrapartida é de 50%.
Nas empresas de faturamento acima de R$ 60 milhões, é possível captar até R$ 1 milhão, com a contrapartida de 100%. No edital do Pappe, para empresas que faturam até R$ 2,4 milhões por ano, a captação vai de R$ 100 mil a R$ 400 com 10% de contrapartida.
O coordenador de Inovação da Funcap, Augusto Guimarães, enfatizou que não existe possibilidade de não utilização dos recursos e de volta dos recursos de um edital, se não utilizados. Ao explicar o edital do FIT, ele pediu atenção com os prazos e o teor do edital, uma vez que na chamada anterior cerca de 50% dos projetos foram desclassificados por falhas na documentação.
O presidente do Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento da Inovação (IPDI), Lindberg Gonçalves, ofereceu a colaboração da instituição que dirige, pela inserção junto aos doutores da universidade, como conector para os projetos dos empresários. O gerente Comercial do Instituto Atlântico, Francisco Siqueira, indagou se a organização que representa pode participar do edital do FIT.
Tarcísio Pequeno disse que o Atlântico pode participar do edital do FIT na mesma linha do IPDI com uma empresa como proponente. O superintendente do Instituto Atlântico, Francisco Moreto, informou que tem sido procurado por empresas para participar de editais, com base na experiência de projetos desenvolvidos em parceria com a Troller e com a Secrel apoiados pela Finep.
O presidente da Fiec, Roberto Macedo, defendeu maior aproximação entre a universidade e a indústria. "Queremos trazer a academia e os pesquisadores para andarmos juntos. A universidade deve ter teses maravilhosas que não estão sendo usadas, mas quem faz a transformação do conhecimento é a indústria e o comércio faz os produtos chegarem aos consumidores".
Almir Bittencourt apontou indicares que considerou desafios na área da educação, ciência, tecnologia e inovação, como a média de 6,2 anos de escolaridade no Ceará, abaixo da nacional, e a proporção de 24 doutores no estado por mil habitantes - no país a relação é de 49 x 1000, comparou. Citou ainda o fato de que apenas 20 empresas do Ceará declararam que realizavam atividade de inovação na pesquisa Pintec-IBGE.
Tarcísio Pequeno observou que só entre as empresas apoiadas pelo Funcap pelo menos 60 fazem inovação. Ele destacou que a questão crucial para a inovação, ciência e tecnologia, não é mais recurso. "O problema a atacar é a qualificação da demanda. Produza demanda qualificada que financiaremos. Traga projeto", conclamou.
No edital do Pappe, segundo o presidente da Funcap, as empresas podem se associar a instituições de pesquisa como a Embrapa e o Nutec. "O objetivo é fomentar parcerias", disse ele.
Dos dois novos editais já aprovados pelo Cogefit, a serem anunciados, o que se destina à infraestrutura de inovação vai apoiar a preparação da ambiência, os pré-requisitos da inovação. Vai financiar laboratórios de setores empresariais, não de empresas, fortalecer incubadoras, rede de incubadoras e os Núcleos de Inovação Tecnológica (NIT).
O outro edital, disse Tarcísio Pequeno, vai financiar a cadeia da inovação em áreas portadoras do futuro. O edital 01.2011 do FIT visa financiar empresas sediadas no Ceará associadas a pesquisadores para o desenvolvimento de produtos, métodos e processos inovadores. O financiamento é destinado à fase anterior ao processo de comercialização.
"O dinheiro da inovação deve ser aplicado na inovação", afirmou Augusto Guimarães. "O dinheiro público não deve ser aplicado na compra de bens de capital. Os itens a serem comprados devem ser determinantes no processo de inovação. As propostas devem contemplar a realização de pesquisa e desenvolvimento", ele informou.
