Blumenau pede federalização de particular com mobilização pela internet e protestos na rua

Publicado em 17 de agosto de 2011 às 09h09min

Tag(s): Ensino Superior



O anúncio de quatro novas universidades federais na Bahia, Pará e Ceará – feito pelo Ministério da Educação (MEC) no final da manhã da terça-feira (16) – trouxe clima de velório para aqueles que torciam, no Vale do Itajaí (SC), pela transformação da Furb (Universidade Regional de Blumenau) na Universidade Federal do Vale do Itajaí, a UFVI. No discurso do ministro Fernando Haddad, a única promessa foi criar um campus da UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina) no município, algo um tanto aquém das expectativas da comunidade da região, a única do estado a não contar com ensino superior gratuito.
Mas a tarde reservava uma reviravolta: em reunião em Brasília com a secretaria executiva do MEC, membros do Comitê Pró Federalização da FURB, o prefeito da cidade, João Paulo Kleinubing, deputados catarinense e os reitores da FURB, João Natel, e da UFSC, Álvaro Prata, conseguiram levar o MEC a repensar a decisão anunciada pela manhã.
Os argumentos do grupo foram reforçados pela passeata realizada sexta-feira (12) em Blumenau, envolvendo mais de 6 mil pessoas, e pelas quase 30 mil adesões ao grupo “Sou Pela Furb Federal” no Facebook, que incentivou o envio em massa de e-mails para o gabinete da presidente Dilma Rousseff o para o MEC. “A nossa manifestação, nas ruas e na Internet, mudaram o entendimento de Brasília sobre a nossa causa. Depois das más notícias da manhã, conseguimos voltar ao jogo e garantir o direito de discutir a implantação de um campus em Blumenau”, afirmou o presidente do sindicato da Furb, Tulio Vidor, integrante do Comitê Pró-Federalização.
Para a entidade, construir um novo campus na cidade não faz sentido. “Uma nova instituição sairia mais caro para o governo e levaria décadas para oferecer o que a Furb já oferece”, explica Vidor. A Universidade Regional de Blumenau, que pertence ao município mas cobra mensalidades para se manter, conta atualmente com 11 mil alunos, mas tem capacidade para dobrar o número. A reivindicação pela federalização da FURB já acontece na região há quase uma década, e avançou bastante após a visita de Dilma à cidade, em junho, para inaugurar um conjunto habitacional do programa Minha Casa Minha Vida.
No início da noite desta terça-feira, estudantes e funcionários voltaram a se reunir em frente à biblioteca da universidade para manter a mobilização. A plenária do Comitê Pró-Federalização – que normalmente ocorre dentro de uma sala de aula – foi marcada para ocorrer no ginásio da universidade na sexta-feira, dia 19, para garantir a presença de todos. E uma nova passeata está marcada para a próxima terça-feira, dia 23. “A nossa proposta é mesmo federalizar. Não queremos um campus da UFSC, nossa região merece uma universidade para se desenvolver, e esta tem que ser incorporada a partir da Furb, levando seus estudantes e servidores para esta nova instituição de ensino”, reforçou Gabriel Filipe Theis, membro do Diretório Acadêmico de Direito da universidade.
Após a reunião em Brasília, que deve ter nova rodada nesta quarta-feira (17), ficou definido que um grupo de trabalho formado por Prefeitura de Blumenau, Furb e UFSC vai formular o projeto a ser entregue ao MEC. Enquanto isso, estudos técnicos envolvendo a forma como servidores e professores serão cedidos à UFVI e o plano pedagógico desta nova instituição já estão sendo produzidos.

UOL Educação

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