Publicado em 01 de junho de 2009 às 15h38min
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Na sociedade moderna, a capacidade de interlocução entre os agentes políticos é medida pelo sucesso, ou fracasso, das demandas pretendidas pelos ditos interlocutores. Na luta sindical, essa questão está mais presente, visto que as entidades que representam os interesses das categorias, são formadas por segmentos heterogêneos, cujos interesses se unificam quando está em jogo os ganhos salariais, os direitos sociais e a melhoria das condições de trabalho.Nesta semana foi confirmado o pagamento da segunda parcela do acordo feito em dezembro de 2007, e implementado em maio de 2008, assinado entre o Governo, representado pelo Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (MPOG), e pelo Fórum de Professores das Instituições Federais de Ensino Superior (PROIFES). O valor estará nos contracheques de fevereiro. Esse fato, que tem implicações concretas no cotidiano dos professores, foi resultado de uma ampla, e difícil, negociação que pôs na ordem do dia o papel que uma entidade representante de uma categoria deve ter quando chamada a negociar.A ADURN, cuja linha política, definida desde 2004, quando da eleição da Diretoria, se firmou como uma das correntes do Movimento Docente que apostavam na busca da construção de uma nova postura nas negociações com os entes administrativos e por uma formulação tática que negasse a estratégia agressiva e belicosa desenvolvida pelo ANDES-Sindicato Nacional. Em 2007 a ADURN apoiou decididamente o PROIFES no processo de negociação e o acordo feito trouxe um alento aos que questionavam o modo de se fazer política dos dirigentes do ANDES-SN.A isonomia remuneratória entre o ensino básico e o superior; a equiparação entre as duas carreiras; a incorporação da GAE e VIP ao VB; o aumento percentual do VB na remuneração; a paridade entre ativos e pensionistas; a extinção da GED; a reposição da inflação; e a garantia que esse acordo abrangeria os três anos seguintes, pode ser considerado um marco na história do Movimento Docente. Um acordo destas proporções foi assinado sem a necessidade de se recorrer a uma greve, demonstrando que a linha de negociação racional prevalecera no debate.O acordo em si demonstrou de maneira clara e concreta, o esgotamento do modelo de organização sindical defendida pelo ANDES-SN. Anacrônico e fadado a criar uma tensão permanente entre os atores políticos, buscando construir greves artificiais a fim de mobilizar a base para se contrapor politicamente aos governos. A tática utilizada mostrou que a disputa política, pautada no enfrentamento permanente deu lugar a tática da negociação e da proposição, o que implica numa postura mais flexível e racional.O Acordo de dezembro de 2007, que neste mês se concretiza ainda mais, mostrou que quando há uma vontade política de se resolver as disputas postas na mesa de negociação, a tendência é que se sejam dirrimidas sem a necessidade de tensionar a relação entre os agentes de forma permanente. O PROIFES, nesse sentido, fortaleceu-se pelo mérito de ter a capacidade política de ser o interlocutor mais empenhado na consecução do acordo, e o sucesso das negociações deve ser creditado a esse fórum de representação dos docentes das IFES.
A Diretoria da ADURN, que defende um Movimento Docente plural, democrático e propositivo, comemora o pagamento da segunda parcela do acordo de 2007 e se mantém vigilante na defesa dos interesses da categoria que representa.
Fonte: Comunicação Adurn
