Publicado em 01 de junho de 2009 às 15h46min
Tag(s): Editorial
No último dia 15 de maio o Juiz do Trabalho Substituto, Antonio Soares Carneiro, do Tribunal Regional do Trabalho da 21ª. Região, autorizou, em caráter liminar, o depósito em juízo dos repasses da ADURN ao ANDES-SN, aceitando o fato de que esta entidade está sem personalidade jurídica, como entidade sindical, desde dezembro de 2003, data em que seu registro sindical foi suspenso.
É fato que, desde outubro de 2004, com a fundação do Fórum de Professores das Instituições Federais de Ensino Superior (PROIFES), o Movimento Docente cindiu-se em duas alas, que tem visões e perspectivas diferenciadas, quanto às estratégias e ações políticas a serem desenvolvidas pelos professores. Preso na ortodoxia militante e lastreando-se por uma ação política intransigente e radical, o ANDES-SN deixou a Central Única dos Trabalhadores (CUT) e passou a contribuir decisivamente para a construção da Coordenação Nacional de Lutas (CONLUTAS), ato que consolidou-se em 2007 com sua filiação.
PROIFES e ANDES-SN passaram a travar uma disputa política que teve como ápice o processo de negociação salarial, ocorrida em 2007, em que o PROIFES, aliado da CUT, acabou por assinar um acordo em dezembro daquele ano, com o governo federal, enquanto o ANDES-SN se recusou a subscrevê-lo. Ao mesmo tempo, verificou-se, em várias Associações Docentes (AD's), o desejo de sair dessa estrutura sufocante do Sindicato Nacional, envelhecido organizacionalmente e esclerosado politicamente.
As entidades representativas dos professores de Belo Horizonte (APUBH), São Carlos (ADUFSCAR), Campo Grande (ADUFMS), Goiânia (ADUFG) e Porto Alegre (ADUFRGS), são filiadas ao PROIFES-Fórum, enquanto as diretorias das entidades de Fortaleza (ADUFC), Florianópolis (APUFSC), Salvador (APUB), Recife (ADUFEPE), Boa Vista (SESDUF-RR) e Natal (ADURN) se alinham abertamente ao novo Movimento Docente.
Esse conjunto de entidades representa, dentro das IFES, um importante contingente de professores que querem dar um passo adiante na organização sindical do movimento dos professores, com a criação de uma Federação Nacional de Sindicatos de Professores das IFES, ou seja, uma entidade focada nas demandas específicas da nossa categoria.
A Diretoria da ADURN, que foi eleita defendendo novos rumos para o movimento docente não apenas apóia a iniciativa de formar um sindicato local e uma federação nacional, como defende que o debate seja levado com muita responsabilidade à nossa categoria. É chegada a hora de dar um salto qualitativo na nossa organização política.
