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Publicado em 09 de setembro de 2011 às 10h41min
Tag(s): Entrevista
Por ocasião do VII Encontro Nacional do Proifes, o Secretário Geral do Conadu (Federação Nacional dos Docentes Universitários da Argentina), Carlos De Feo, e a Coordenadora do IEC (Instituto de Estudos e Capacitação / Conadu), Yamile Socolovsky, concederam entrevista ao Proifes. Eles falaram sobre o cenário das universidades públicas argentinas, a luta sindical e as perspectivas para a educação no país vizinho.
Como analisa o cenário das universidades públicas argentinas?
As universidades públicas argentinas nestes últimos anos estão atravessando uma boa situação com aumento de financiamento estatal e crescimento, depois de muitos anos de políticas de ajustes que geraram muitas dificuldades para nossas universidades. Nos anos 90 foram introduzidos uma série de programas e de reformas que prejudicaram as universidades e nos últimos anos as políticas do Governo tem permitido uma melhora das condições de trabalho dos docentes e de seus salários, bem como a criação de programas que incentivam uma maior inclusão da população nas universidades.
Contudo, as universidades têm algumas dificuldades importantes para resolver, pois o crescimento ainda está desequilibrado e o maior desenvolvimento e as melhores possibilidades ainda estão concentrados em algumas universidades públicas do país.
Quais são os maiores problemas que enfrentam as universidades argentinas?
Acreditamos que o maior problema seja a falta de um projeto universitário que acompanhe o processo político e social que acontece fora da universidade, na sociedade. As universidades estão aplicando uma lógica que, em sua maioria, tem a ver com o tempo passado, com a década de 90.
Qual é a prioridade do Conadu neste momento?
É discutir dentro da universidade o processo político que se está vivendo fora do meio acadêmico. Para isso, como elemento fundamental, estamos pautando uma discussão sobre uma nova lei de educação superior. A vigente na Argentina foi promulgada na década de 90. Hoje é necessário mudar a universidade neste aspecto. Também uma questão importante para nós é a luta pelos direitos e interesses dos trabalhadores docentes da Argentina, construindo marcos nessa luta. Por isto a nossa participação no Encontro do Proifes e nosso engajamento na Internacional da Educação para a América Latina (IEAL).
Como é na Argentina a participação da Universidade pública nos debates sociais?
A universidade pública é uma referência importante para a luta por uma cidadania plena para todos e quando a universidade intervém nos debates e temas da atualidade todos prestam muita atenção. Na universidade Argentina sempre houve um grupo de acadêmicos que se preocuparam em intervir nos debates sociais, mas por um bom tempo, em seu conjunto, esse grupo permaneceu relativamente ausente. Nos últimos anos houve uma participação crescente das universidades nessas discussões. Essa intervenção das universidades existe, mas não como uma política institucional e sim de alguns grupos mais comprometidos.
Assim como o Brasil, a Argentina possui um forte histórico de lutas sociais. Como analisam a luta sindical na área da educação no seu País?
Os sindicatos da educação têm se empenhado bastante nessas lutas. Um dos produtos dessas lutas tem a ver com a Lei Nacional de Educação (básica e média), a lei de financiamento educativo, a lei de educação técnica e melhorias nos salários para os docentes – tanto nos níveis iniciais, médio e universitário. Outro ponto de relevância da luta sindical é ter na educação uma ferramenta para se alcançar a democracia.
Como os convênios cooperativos entre o Proifes, Conadu e IEAL podem auxiliar na discussão sobre a educação na America Latina
É muito importante para nós termos essa discussão regional (da América Latina). Temos tido um crescimento da consciência política na sociedade, que cada vez mais está ciente da necessidade de se enfrentar desafios. É necessário fazê-lo em conjunto com esses países da região. E é nesse sentido que a educação superior não pode estar fora, tem que participar. Um desses desafios é alcançar uma educação superior de qualidade, inclusiva, que ajude a encontrar soluções para os problemas dos nossos países. Por isto estamos convictos da relevância de estreitar laços com outro sindicato de ensino superior da América Latina, para que possamos aprofundar um trabalho conjunto; temos a certeza que do Proifes também envida esforços nessa direção.
Como analisa o papel que o Proifes tem desempenhado?
No Brasil é evidentemente muito importante e é necessário que haja um sindicato que esteja em condições de enfrentar os desafios de uma nova etapa política. Isso requer algo mais que a capacidade que tinham os sindicatos anteriormente de contestar o modelo neoliberal de gestão do capital. Agora é preciso ter capacidade de discutir políticas públicas, elaborar propostas, debater com o conjunto dos trabalhadores qual o caminho pelo qual se deve transitar, até porque há muitas coisas que devem ser mudadas. É importante que os sindicatos intervenham neste processo.
Nos últimos anos o Proifes tem dado mostra que suas lutas estavam no caminho certo. É valioso ter no Brasil um parceiro organizado com o qual possamos discutir em conjunto sobre como cooperar para melhorias na nossa realidade educativa regional.
Como pensam nos convênios cooperativos?
Em primeiro lugar pensamos em acordar políticas de crescimento para a região. Políticas nas quais possamos trabalhar conjuntamente para fortalecer esse espaço sindical do meio universitário na América Latina e, concretamente, na América do Sul, especificamente no Mercosul, pois estão sendo realizados acordos que afetam a educação e a educação superior nesse âmbito. E nesse debate não tem havido espaço para manifestação das forças do campo sindical. Conjuntamente, Conadu e Proifes podem e devem ocupar este lugar que está vago.
Em segundo lugar, o Conadu tem um instituto de estudos, o IEC. O Proifes se interessou por uma parceria entre o IEC e o Instituto de Estudos Universitários, o IEUni, recém criado com o apoio do Proifes. A idéia é que possamos trabalhar de forma conjunta em projetos de pesquisa e elaboração de propostas de interesse para a educação pública de qualidade em nossos países.
Fonte: PROIFES