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Publicado em 20 de setembro de 2011 às 09h12min
Tag(s): Greve dos professores
Os professores da rede estadual de Minas Gerais, em greve há mais de 100 dias, mantiveram a paralisação das atividades e com isso descumpriram a decisão judicial que determinou o fim da greve e o retorno imediato das aulas nesta segunda-feira (19). "A greve está mantida", afirmou Beatriz Cerqueira, coordenadora-geral do Sind-UTE (Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais).
Segundo Beatriz, o sindicato ainda vai recorrer da decisão da justiça e o destino do movimento "vai depender da decisão final [multa diária]". Uma nova assembleia será realizada amanhã, às 14h, no pátio da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (AL-MG), situada na capital mineira.
A decisão judicial previa o o pagamento de multa gradativa de R$ 20 mil pelo primeiro dia de continuidade da greve, a partir de hoje, R$ 30 mil pelo segundo dia, R$ 40 mil pelo terceiro e R$ 50 mil pelos dias subsequentes, limitado o montante da pena a R$ 600 mil.
Segundo a Secretaria de Estado de Educação, 25 escolas estão totalmente paradas, de um total de 3.779 unidades. Seriam 11.357 professores fora da sala de aula, de um total de 183 mil docentes. O sindicato diz que metade dos professores continua fora das salas de aula.
Encontro com Dilma
Na sexta-feira (16), representantes do Sind-UTE se encontraram com a presidente Dilma Rousseff, na base áerea da Pampulha, momentos antes da presidente deixar a capital mineira e retornar para Brasília. "Fizemos a ela um pedido para que pudesse mediar (com o governo estadual), uma vez que essa é uma greve por um piso salarial baseado em uma lei federal", disse Beatriz Cerqueira.
"Nós entregamos para a presidente um dossiê com dados da educação mineira. Comprovamos [pelos documentos] que o governo de Minas Gerais paga o pior vencimento básico do país", afirmou Beatriz. Segundo ela, a presidente se comprometeu a mediar para que o governo volte à mesa de negociação. Dilma teria dito que "do jeito que está não é bom para ninguém".
Para governo de MG, greve é "política"
A secretária de Educação Ana Lúcia Gazzola afirmou ao UOL Educação na quarta-feira (14) que a paralisação tem como pano de fundo interesses políticos.
Para ela, o viés político do movimento se evidenciou por conta de a classe ter sido atendida na maioria de suas reivindicações. “Se eu tenho uma pauta [de greve], a pauta é cumprida e eu permaneço em greve, é evidente que tem uma agenda que não é explícita, não tem outra explicação. (...) A cada pauta atendida, vem (o pedido de) uma nova pauta. Isso só pode ter base política”, afirmou.
Ainda conforme a secretária, o Ministério Público e a Advocacia-Geral da União deram pareceres favoráveis à política de remuneração praticada pelo governo estadual em relação aos salários dos professores.