Após 112 dias, professores da rede pública de Minas Gerais decidem suspender greve

Publicado em 28 de setembro de 2011 às 09h14min

Tag(s): Greve dos professores



Após 112 dias em greve, uma parcela de professores da rede pública estadual de Minas Gerais decidiu no fim da noite desta terça-feira (27) suspender a paralisação. Na reunião, realizada no pátio da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, em Belo Horizonte, os professores acataram proposta do governo de Minas que preve, principalmente, escalonamento de aumento salarial à categoria entre os anos de 2012 e 2015. No entanto, não foram anunciados índices de reajuste.
De acordo com Beatriz Cerqueira, coordenadora geral do Sind-UTE (Sindicato Único dos Trabalhadores na Educação de Minas Gerais) o governo propôs, além da promessa de escalonamento, a criação de comissão que vai começar a funcionar na próxima quinta-feira (29), formada por representantes do Estado, dos trabalhadores da Educação e deputados estaduais - sendo dois de oposição e quatro da situação.
"Corremos o risco do isolamento e do esvaziamento", disse a coordenadora em relação ao movimento grevista. "Precisamos fazer, nessse momento, um recuo estratégico".
Outra proposta, segundo Cerqueira, foi a sucessão de projetos de lei enviados á Assembleia Legislativa de Minas Gerais, número 2.355, que versa sobre a proposta de vencimento de piso básico para a categoria de R$712,20, além disso, a promessa do governo de não demitir 248 professores designados - essa demissão ocorreria a partir desta quarta (28).
Um termo de compromisso será assinado entre os representates do sindicato e o secretário de governo, Danilo de Castro. Ao final da assembleia dos professores ficou definido que eles retornarão às aulas no dia 29, próxima quinta-feira, e que a categoria também vai alardear o posicionamento dessa comissão sobre a reposição das aulas.
Comissão
A comissão que será formada pelos integrantes, ainda de acordo com Cerqueira, terá como objetivo tentar chegar a um acordo pelo pagamento ao mês de agosto, já que participando da greve, os professores não teriam direito a receber salário.
Outra incumbência dessa comissão é analisar uma espécie de "anistia", já que a categoria pleiteia que o tempo de paralisação, que começou no dia 8 de junho, não seja levado em conta no momento de progressão da carreira.
No dia 8 de outubro o denominado "comando de greve" vai se reunir novamente para avaliar o desenrolar das negociações com o governo estadual.
Jejum e ocupação
Dois profissionais da educação, que estavam em greve de fome no hall de entrada da Assembleia, suspenderam o intento após oito dias em jejum. O objetivo deles com a greve era para que houvesse abertura de negociação da categoria com o governo estadual. Eles já tiveram atendimento médico, voltaram a se alimentar e passam bem.
Um grupo de aproximadamente 30 professores também optou por finalisar os protestos e desocuparam o plenário da Assembleia Legislativa de Minas.

UOL Educação

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