Sindicato lança campanha contra violência em escolas de Minas Gerais

Publicado em 04 de outubro de 2011 às 09h19min

Tag(s): Educação



A violência nas escolas preocupa as autoridades e a comunidade em Minas Gerais. Muitos professores são vítimas de ameaças e de agressões. De fevereiro até setembro, o disque-denúncia recebeu 40 ligações de professores da rede particular de ensino e 43 casos de profissionais de escolas públicas. São ocorrências de ameaças, intimidações, agressões verbais e físicas e até tráfico de drogas.
O disque-denúncia, que recebe informações sobre casos desse tipo, no estado, divulgou nesta segunda-feira (3) um balanço do atendimento. Foram cerca de 80 denúncias, desde fevereiro, mas o número pode ser maior porque muitos trabalhadores têm medo de falar.
Para combater esta violência, o Sindicato dos Professores da Rede Particular de Minas Gerais (Sinpro–MG) lançou, nesta segunda-feira (3), uma campanha para combater a violência nas escolas. Nos cartazes e comerciais de TV, pedidos de paz. A mãe e a viúva do professor assassinado no ano passado foram homenageadas
Uma professora de uma faculdade particular da capital conta que foi agredida por uma aluna, dentro da instituição. Segundo ela, o motivo foi a nota de uma prova. “Ela [a aluna] virou e falou que eu estava sendo paga para dar nota para ela, e que não aceitava a nota”, disse a educadora. A professora registrou ocorrência na delegacia, mas depois retirou a queixa por medo de represália. Segundo ela, ameaças em sala de aula têm sido constantes.
Professora de uma escola da rede estadual, uma outra mulher conta que chamou os pais de uma aluna que apresentava problemas com frequência para uma reunião e acabou sendo agredida pela mãe da menina. “Ela [a mãe] já veio, já me segurou pela roupa, me puxou o cabelo, depois me deu um tapa no nariz assim e eu não pude nem me defender. Nem tive tempo de explicar o motivo que eu estava chamando a mãe aqui”, contou.
Em agosto deste ano, um aluno de 15 anos ameaçou e agrediu a diretora de uma escola municipal, em Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte.
Em dezembro do ano passado, a violência dentro de uma faculdade em Belo Horizonte provocou a morte do professor Kássio Vinícius Castro Gomes, de 39 anos. Ele morreu esfaqueado por um aluno, no corredor da instituição.
Casos como estes podem ser denunciados pelo disque-denúncia do Sinpro-MG. Os dados são mantidos em sigilo.
O governo do estado informou que desenvolve, em conjunto com a Polícia Militar (PM), uma série de ações para garantir a segurança nas escolas, entre elas, atividades para prevenir uso de drogas, crimes e violência. Há também visitas de patrulhas. Segundo a Secretaria de Estado de Educação, a partir do ano que vem, R$ 8 milhões serão investidos para combater o consumo de drogas.
De acordo com a Secretaria Municipal de Educação, em Belo Horizonte, também há políticas públicas para combater o problema. Ainda segundo a secretaria, houve uma redução de 20% nos registros de violência, na comparação entre o primeiro semestre deste ano e o último semestre do ano passado.
O número do disque-denúncia é: 0800 770 30 35.
O combate à violência no ambiente escolar é tema de discussão na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) nesta quarta (5) e quinta-feira (6). Acesse o site da ALMG para obter mais informações sobre o Fórum Técnico Segurança nas Escolas - por uma cultura de paz.

Portal G1

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