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Publicado em 10 de outubro de 2011 às 09h23min
Tag(s): Greve dos professores
Os professores da rede estadual de ensino do Ceará decidiram suspender a greve por 30 dias, em assembleia geral realizada na tarde desta sexta-feira (7), no ginásio Ginásio Paulo Sarasate, em Fortaleza. Segundo a direção do Apeoc (Sindicato dos Professores do Ceará), a maioria dos professores decidiu pela suspensão da greve, mas com a ressalva de que neste período ocorram mobilizações para avançar as negociações com o governo do Estado.
A agenda de mobilizações já inicia na próxima segunda-feira (10) com reunião com a secretária da Educação do governo do Estado, Isolda Cela, para abrir uma nova rodada de negociação e cobrar a implantação dos avanços conquistados pela categoria.
“Suspendemos temporariamente a paralisação, mas caso haja descumprimento do governo em pontos que foram acordados retornaremos a greve. Daqui a 30 dias vamos realizar uma nova assembleia com os professores para avaliarmos as conquistas obtidas neste período”, informou o vice-presidente do sindicato dos professores, Reginaldo Pinheiro.
Em pouco mais de dois meses de greve, o sindicato dos professores conseguiu o aumento do salário dos professores com nível médio, que cumprem a carga horária de 40 horas, de R$ 800 para R$ 1.187. Agora a categoria cobra o cumprimento do piso nacional para os professores com nível de graduação e pós-graduação, além do aumento de 10 para 14 as faixas do plano de cargos e carreiras.
Na última terça-feira (4), a direção do sindicato foi informada de que o governo do estado iria adotar as medidas jurídicas cabíveis para os professores que não retornassem às salas de aula na próxima segunda-feira (10).
Segundo a direção do sindicato, a categoria se sentiu pressionada e ameaçada com a abertura processos administrativos contra os grevistas e resolveu decidir pela suspensão temporária do movimento.
“Entendemos como uma ameaça a informação da secretaria da Educação de que caso as aulas não voltassem ao normal na próxima segunda-feira o governo iria mover processos por abandono de emprego contra os professores que aderiam à greve. Mas não vamos cessar o movimento neste período de suspensão da paralisação. Estamos enfrentando há mais de um mês o decreto de ilegalidade da greve e mesmo com as multas aplicadas não paramos o movimento”, afirmou Pinheiro.
Com um mês de greve, o movimento foi considerado ilegal e desde o dia 5 de setembro o sindicato vem recebendo multas diárias de R$ 10 mil por cada dia parado. A dívida já ultrapassa o montante de R$ 300 mil.