Escola gaúcha promove eventos para preservar cultura regional

Publicado em 17 de outubro de 2011 às 15h31min

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Preservar as tradições gaúchas é uma característica do município de Bagé, na fronteira com o Uruguai. As escolas da cidade mantêm viva a cultura do estado, principalmente durante a Semana Farroupilha, que antecede o dia 20 de setembro, data comemorativa da Revolução Farroupilha ou Guerra dos Farrapos (1835-1845).
Nesse período, a Escola Estadual de Ensino Médio Dr. Carlos Antonio Kluwe monta no saguão de entrada um galpão crioulo estilizado. De acordo com o diretor da instituição, Cezar de Quadros Palomequé, os alunos levam o material para compor o ambiente, característico do gaúcho da área rural e usado para conversar com os amigos, tomar chimarrão, assar churrasco e guardar os arreios dos cavalos. Formado em história, Cezar trabalha na instituição há mais de 30 anos e está na segunda gestão como diretor.
Durante a Semana Farroupilha, os estudantes passam a usar, parcial ou totalmente, as roupas tradicionais gaúchas. Os homens adotam itens como bombachas, lenços e botas; as mulheres, vestidos “de prenda”. Na hora do recreio, ampliado de 15 para 30 minutos, são realizadas mateadas ou rodas de chimarrão, com degustação da bebida tradicional do gaúcho por alunos, professores, funcionários, pais e comunidade em geral.
“O interesse dos estudantes aumenta com atividades diferentes e estimulantes”, diz a professora de português Maria Lourdes Machado. “Assim, melhoram a aprendizagem e o comportamento.”
Em 2011, Maria Lourdes estimulou os alunos a criar poemas alusivos às comemorações dos 200 anos de Bagé. “Isso valoriza nossa cultura local”, constata a professora, há 20 anos no magistério. Este ano, durante gincana cultural promovida pela escola na abertura da Semana Farroupilha, uma das tarefas dos alunos era pesquisar e declamar poesias de autores bageenses.
A professora Lúcia Helena Bruni, que leciona história, explica que o conteúdo relativo à cultura regional é trabalhado nas aulas por meio de debates e exibição de documentários e filmes. “Os alunos preocupam-se com a perpetuação da nossa cultura”, avalia Lúcia Helena, há 25 anos no magistério. Ela percebe melhoria na aprendizagem e no comportamento dos estudantes que participam das atividades culturais promovidas pela instituição de ensino.
Festival — A escola também incentiva a participação dos alunos em concursos culturais promovidos na cidade. Em maio, dois estudantes foram premiados no 1º Canto Guri, festival de música organizado pela Escola Estadual de Ensino Médio Silveira Martins para incentivar a preservação das tradições sul-rio-grandenses entre os jovens.
Criado pela diretora da Escola Silveira Martins, Marlize Moraes da Luz Frantz, e pelo tradicionalista gaúcho Odilon Faria, o evento premia os melhores intérpretes nas categorias mirim (até 10 anos), infanto-juvenil (11 a 14 anos), juvenil (15 a 17 anos) e adulto (a partir de 18 anos). Desta primeira edição participaram 22 alunos de 15 escolas das redes pública e particular da cidade.
“Depois do 1º Canto Guri, observamos os alunos mais interessados pela cultura regional, vinculando música e poesia”, analisa a professora de física Adriana Nunes Torma. Para ela, a participação nos eventos culturais da escola traz benefícios aos alunos — é possível observar maior integração entre os alunos e deles com os professores e o maior interesse dos estudantes pela participação em atividades escolares.
Marlize destaca que a Escola Silveira Martins tem preocupação especial com a cultura regional. Assim, incentiva nos alunos o gosto pelo tradicionalismo e trabalha, principalmente, com o hino e os costumes do estado. Há cinco anos, a escola promove também a Gincana Farroupilha, com perguntas sobre história, geografia, conhecimentos gerais e culinária da região. As atividades ocorrem durante uma semana, com alunos, pais, professores e funcionários.

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