Reitor é chamado a se explicar em Brasília

Publicado em 23 de novembro de 2011 às 18h53min

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O ministro da Educação, Fernando Haddad, convocou o reitor da Universidade Federal de Rondônia (Unir), José Januário Oliveira Amaral, para dar explicações sobre sua participação no suposto esquema de desvio de verbas na instituição. A audiência, marcada para hoje (23), pode antecipar um desfecho sobre a crise envolvendo o dirigente, com a sua possível saída do cargo.
Haddad quer que a sindicância aberta na última quinta-feira para apurar as denúncias seja concluída até sexta-feira. Com base nas conclusões, poderá se decidir pelo afastamento do reitor. Mas, tendo em vista as pressões e a repercussão do caso, Januário Amaral pode renunciar ou se licenciar antes disso. A avaliação na universidade e entre políticos de Rondônia é de que ele não tem mais condições de se manter à frente da universidade.
Os professores e estudantes em greve defendem o afastamento imediato do reitor e a abertura de um processo administrativo disciplinar contra ele, pois entendem que já há provas suficientes de que Januário Amaral participou de irregularidades. Trata-se de um ponto de conflito com o MEC, que preferiu, primeiro, abrir a sindicância. Amanhã, o movimento promete fazer uma carreata nos sete campi da universidade pedindo a saída de Amaral.
Além da sindicância, o ministério instituiu uma comissão de apoio para avaliar as condições da universidade, denunciadas como as piores possíveis pelos professores e alunos, e as eventuais medidas para melhorar o funcionamento. Ela não tem prazo para terminar seus trabalhos.
Busca de solução - Filiado ao PMDB, o reitor tem mais três anos de mandato. Segundo o comando de greve na universidade, o senador Valdir Raupp, líder do partido no estado, fez gestões para mantê-lo no cargo. O parlamentar chegou a negociar, sem sucesso, uma solução para o impasse com Amaral e os líderes do movimento.
"Não votei nem pedi votos para ele. E não fiz nenhuma ação, nem pró e nem contra", rebate o líder do PMDB, acrescentando que a saída do reitor é um processo natural e que não pode "arrancá-lo de lá". "Até pedi que ele encurtasse o mandato em dois anos, mas ele só concordou em sair por um ano e oito meses e em tirar férias durante a sindicância. Os grevistas não aceitaram."
Segundo Raupp, a torrente de denúncias não constrange o PMDB, já que não há, por ora, nenhuma condenação contra o reitor Amaral. "Isso é normal. Quantos reitores, Brasil afora, têm problemas? E quantos são filiados a partidos?"
Amaral já estava ontem em Brasília. Desde a segunda-feira, O Globo tenta contato com ele e a reitoria da Unir. Ontem, apesar de um telefonema para a casa de Amaral e do envio de um e-mail à assessoria de imprensa da universidade, não houve retorno. As ligações para a Riomar, fundação de apoio supostamente usada para os desvios, não completavam.

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