Estudantes e professores reclamam de clima de perseguição e medo na Federal de Rondônia

Publicado em 25 de novembro de 2011 às 10h26min

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Além da preocupação com os problemas pelos quais passam a Unir (Universidade Federal de Rondônia), professores e alunos viveram, nos últimos dias, um clima de tensão e medo. Os estudantes dizem ter recebido ameaças e os docentes têm medo de falar.
A reportagem do UOL passou a tarde de terça-feira (22) no campus da Unir em Porto Velho e conversou com cerca de dez professores e funcionários. De quase todos, ouviu um “prefiro não me identificar, porque tenho medo de represálias”.
Os docentes dizem que haveria uma “lista de perseguidos” pela reitoria. Os professores que se posicionassem contra a gestão do ex-reitor Januário Amaral poderiam sofrer problemas posteriores. O reitor foi reeleito no ano passado com votos, afirmam, de docentes recém-contratados de maneira irregular pelo diretor da Unir.
Ameaças de morte
Estudantes e professores dizem ter recebido, também, ameaças de morte por meio de bilhetes anônimos. Em um deles, haveria uma lista de pessoas que “poderiam descer na enchente do rio [Madeira, que corta Porto Velho].
Em outro caso, segundo relatam os manifestantes, uma pedra teria sido jogada no vidro traseiro do carro de um professor, trazendo um bilhete montado em letras recortadas de revista com as seguintes inscrições: “Se o semestre for cancelado, a próxima vai na sua cara”. Professores e estudantes mostraram um carro com vidro quebrado como prova da ameaça.
O comando de greve da Unir acusa o grupo do agora ex-reitor de estar por trás das ameaças.
Outro lado
O professor Januário Amaral disse, em entrevista ao UOL, ser "estupidez" a acusação de que estaria ameaçando alguém. “Quem sofreu ameaça foi a gente [o reitor e seus simpatizantes]. Inclusive, eu solicitei a abertura de inquérito na polícia federal para que se apurassem essas denúncias. Na minha casa, foi um grupo de estudantes, 3h30 da manhã, que tentou invadir minha casa. Isso está gravado, entreguei para a polícia. Nós tivemos a casa de um pró-reitor que foi atacada. Carros de nossos professores são atacados também”, afirmou.
Quanto à contratação irregular de professores, ele afirma que a responsabilidade é das bancas de avaliação, e que a reitoria não tem ingerência –só homologa os representantes que irão escolher os novos docentes.
“Eu não tenho poder pra indicar banca do concurso. É o departamento que indica banca. O reitor só pode nomear aquela banca. O reitor só intervém em casos onde há denúncia em relação a favorecimento de banca. Durante a minha gestão, aconteceu duas vezes e a gente interveio.”

UOL Educação

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