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Publicado em 29 de novembro de 2011 às 09h53min
Tag(s): Projeto
A Prefeitura de São Paulo vai lançar nos próximos dias o maior projeto de deslocamento escolar urbano por bicicleta do Brasil. A administração promete colocar 4,6 mil bicicletas à disposição para que os alunos dos 45 Centros Educacionais Unificados (CEUs) da cidade vão e voltem pedalando de casa à escola. Para aumentar a segurança, monitores serão contratados para acompanhar os alunos no trajeto em sistema de "bike-bus", isto é, em comboio.
A idade-alvo do projeto é de alunos entre 10 e 14 anos, que estudam entre o 6.º e o 9.º ano do ensino fundamental. "Queremos que seja não um projeto apenas de transporte, mas também de educação", afirma o secretário municipal de Educação, Alexandre Schneider. Ele conta que, para isso, o projeto será dividido em quatro fases. "A ideia é termos uma mistura de aprendizagem sobre trânsito, meio ambiente e trabalho em grupo", diz.
Na primeira etapa, que já está sendo executada, ocorre a instalação de mais de mil paraciclos - estruturas para amarrar a bicicleta - nas escolas municipais. Depois de todos os CEUs receberem o equipamento, começará a segunda fase - planejada para o início do ano letivo de 2012. As crianças terão de recolher garrafas, sacolas plásticas e outros objetos recicláveis, que serão utilizados para a fabricação dos quadros das 4,6 mil bicicletas.
Depois, começa a terceira etapa, que engloba educação de trânsito e aulas de equilíbrio. Cada criança ganhará um certificado ao concluir a aula. "Isso é algo que já acontece em países como a Dinamarca desde a década de 1940, mas que no Brasil é inovador", explica Daniel Guth, coordenador-geral do programa. A última fase é o início do deslocamento por bicicletas, até meados do ano que vem.
Segurança. O uso da bicicleta pelos alunos será opcional, e todos os pais terão de concordar por escrito antes de o filho pegar a bicicleta emprestada. "Tudo isso vai ser feito com muito cuidado e zelo, coordenado com os órgãos de trânsito. Os meninos terão aulas de como pedalar nas ruas e serão acompanhados pelos monitores. Como são alunos de CEU, normalmente já moram mais próximos da escola", diz o secretário. Schneider afirma também que se inspirou em experiências internacionais e na sua convivência com cicloativistas para desenhar o projeto.
Ele conta que, pelo menos duas vezes por semana, pedala os 10 km que separam sua casa em Perdizes do trabalho, próximo do Parque do Ibirapuera. "Quem anda de bike em São Paulo percebe que, se você está em grupo, como no bike-bus que planejamos, o respeito no trânsito é muito maior que sozinho."
Tanto os monitores quanto a montagem das bicicletas a partir do material reciclado deverão ser contratados por meio de convênio com entidades de ciclistas. A cidade será dividida em áreas, que serão atendidas por grupos diferentes. O valor total do projeto, incluindo mão de obra e materiais, deverá ser de cerca de R$ 2 milhões ao ano. "Vamos deixar tudo formatado para que, se a gestão seguinte quiser, o projeto possa até ser ampliado", afirma Schneider.