Evento internacional aborda direitos humanos na construção da paz

Publicado em 01 de dezembro de 2011 às 12h44min

Tag(s): Direitos Humanos



Nos próximos dias, sexta (2) e sábado (3), a cidade de São Paulo recebe representantes de todos os continentes para discutir os projetos que estão sendo realizados mundialmente no sentido da construção de uma cultura de paz. Organizado pelo Centro Brasileiro de Solidariedade aos Povos e Luta pela Paz, Cebrapaz, o seminário internacional “Os direitos humanos na perspectiva da construção de uma cultura de paz” objetiva intercambiar experiências dos movimentos de diversos países na luta pela paz.
Portugal, Grécia, Argentina, Panamá, Cuba, Sérvia (antiga Iugoslávia) e República Dominicana são alguns dos países que estarão representados no evento. Também deverão participar integrantes da diretoria do Cebrapaz de vários estados do Brasil.
Questão de direitos humanos
A discussão em torno da criação e fortalecimento de uma cultura de paz passa pela questão dos direitos humanos. Dessa forma, é essencial o direito à autodeterminação, à soberania, ao desenvolvimento do território dos países, destaca a presidente do Cebrapaz, Socorro Gomes. Ela esclarece que esses são os direitos fundadores da ONU e que “vêm sendo desrespeitados pela principal potência imperialista [Estados Unidos] e seus aliados, como a União Europeia, com as guerras que a Otan tem feito. Foi assim no Paquistão, no Afeganistão e no Iraque. Eles destruíram a Iuguslávia, a Líbia e agora ameaçam a Síria”, destaca.
Ela denuncia o falacioso argumento utilizado para as invasões: “em todas, usaram o falso pretexto — de um cinismo sem precedentes — que é a questão dos direitos humanos, da democracia, da luta contra o terrorismo. Mas, em nome de tudo isso eles destroem a democracia, destroem as nações, assassinam presidentes, assassinam milhares e milhares de civis e impõem o terror, a dominação e o saque”.
Por isso, ela ressalta a importância desse evento e de outros organizados com o mesmo fim. “É como se as palavras na boca dos imperialistas não tivessem alma. Elas servem somente aos seus objetivos criminosos. Então vamos discutir o que são realmente os direitos humanos. Para nós são o direito à Justiça, à inclusão social, somado a um direito fundamental, que é o direito à soberania, à não violação do território e de que cada povo construa seu país de maneira soberana. Para nós, isso são direitos humanos”, exclama.
O processo de construção da paz, no entanto, não é fácil. Nesse sentido, Socorro destaca a importância do fortalecimento da militância e anuncia a realização, no ano que vem, de uma assembleia nacional onde serão traçadas novas estratégias de luta pela paz.
Ameaças à paz
“Hoje, a principal ameaça à paz são justamente as grandes potências capitaneadas pelos Estados Unidos, que não titubeiam sequer diante da própria ONU. Passam por cima dela quando querem invadir, atacar, [com o objetivo de] saquear e dominar. Então, esse é o principal inimigo da paz”, aponta.
A reversão desse quadro, observa, passa pelo desarmamento das grandes potências, “que estão armadas até os dentes. Inclusive com armas nucleares, bases militares, mísseis, aviões não tripulados. Além disso, passa também pela retirada imediata dos territórios ocupados e pela garantia do direito de cada povo, da autodeterminação e da soberania. (...) Claro que os direitos humanos são uma preocupação de toda a humanidade, mas não se pode, em nome deles, de uma forma falsa, cínica e hipócrita, em nome dos direitos humanos destruir os direitos humanos. Em nome da democracia, destruir a democracia”.
A presidente ilustra essa questão com o que está ocorrendo no Oriente Médio e na África. Essas “intervenções militares não têm o objetivo de garantir nenhum direito. Muito ao contrário. O objetivo ali é dominar a região politicamente, o norte da África e o Oriente Médio e impor o seu domínio para uma política de saques dos recursos naturais. Além de colocar governos obedientes ao imperialismo”.
Serviço:
Evento: Seminário Internacional “Os direitos humanos na perspectiva da construção de uma cultura de paz”
Local: Hotel Boulevard São Luís —Avenida São Luis, 234 – Centro de São Paulo
Horário: Sexta-feira (2) após as 18h30 e sábado (3) a partir das 9h até as 18h. Após o encerramento será realizado um coquetel
Certificados: No final do evento será emitido um certificado de participação com a carga horária de 12 horas
Informações: Telefone (11) 3638-8500
Programação:
Sexta-feira - 02 de dezembro
19h00 - Conferência inaugural: A atualidade da defesa da paz como um direito humano
• Socorro Gomes – Presidente do Cebrapaz/CMP
• Conselho Português para a Paz e Cooperação
• Pallab Sengupta – Organização pela Paz e Solidariedade de toda a Índia
• Mediador: Rubens Diniz – Secretário Geral do Cebrapaz
Sábado - 03 de dezembro:
9:30 às 11:00 - Ameaças a Paz e direitos humanos no cenário internacional
• Rina Bertaccini – Mopassol – Movimento pela Paz, Soberania e Solidariedade entre os Povos - Argentina
• Tassos Stravos - EEDYE – Comitê Grego pela Paz e a Distensão Internacional - Grécia
• Juan Pablo Acosta – Fundação pró UNNA - República Dominicana
• Mediador: José Reinaldo Carvalho – Diretor de Comunicação do Cebrapaz
11:30 às 13:00 - Painel – Paz, Soberania e Direitos Humanos ao redor do mundo
• Tadaaki Kawata - Conselho da Paz do Japão
• Akel Taqz – Centro Palestino par a Paz e a Democracia
• Juan Carlos Más – Panamá
• Mediador: Vereador Jamil Murad
14h30 às 16h00 - Desafios da Luta pela Paz e os Diretos Humanos
• Zivadin Jovanovic –Sérvia – Fórum de Belgrado por um Mundo de Iguais
• Jehad Suleiman Rashid - Conselho Nacional Palestino e ASECOP – Associação Europeia de Cooperação com a Palestina
• Augusto Veles – Movimento Cubano pela Paz
• Mediadora: Prof. Teresinha Braga Monte – Diretora do Cebrapaz no Estado do Ceará
16h00 às 17h30 -Direitos Humanos na perspectiva da construção de uma cultura de paz
• Jaime Sautchuk, Coordenadordas Oficinas no Brasil
• Mediador – Denis Veiga Jr – Diretor do Cebrapaz em São Paulo
18h00 – Coquetel de Encerramento
Fonte: Portal Vermelho
 

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