Relatório do PNE é adiado; investimento em educação deve ficar em torno de 8%

Publicado em 01 de dezembro de 2011 às 12h45min

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A polêmica em torno do percentual a ser aplicado em educação na próxima década adiou para esta quinta-feira (1º) a apresentação do relatório do deputado Angelo Vanhoni (PT-PR) sobre a proposta do Executivo que estabelece o Plano Nacional de Educação (PNE - PL 8035/10). O texto enviado pelo governo prevê a ampliação do investimento público na área dos atuais 5% do Produto Interno Bruto (PIB) para 7% em dez anos. Entidades da sociedade civil pedem 10%. Segundo Vanhoni, o valor deverá ficar em torno dos 8%. A reunião será realizada às 9h30.
A entrega do relatório vem sendo adiada desde o final de outubro. No final da tarde de hoje, deputados e ministros se encontram para tentar fechar um acordo. Estão confirmados no grupo, além de Vanhoni, o líder do governo, Cândido Vaccarezza (PT-SP), o líder do PT, Paulo Teixeira (SP), e a presidente da Comissão de Educação e Cultura, Fátima Bezerra (PT-RN). Os ministros que participarão do encontro são: Fernando Haddad (Educação), Guido Mantega (Fazenda), Gleisi Hoffmann (Casa Civil) e Ideli Salvatti (Relações Institucionais).
Após a apresentação do relatório de Vanhoni, os deputados terão prazo de cinco sessões para oferecer novas emendas ao texto. O objetivo do deputado é apresentar o relatório até amanhã para que haja prazo para aprovação, até o final deste ano, da proposta na comissão especial destinada a analisar o PNE. “Ano que vem, em razão das eleições municipais, dificilmente haverá mobilização suficiente no Congresso para votação desse relatório”, alertou Vanhoni.
Cenário macroeconômico
Entre os deputados, segundo Vanhoni, a expectativa é de ampliação dos investimentos públicos em educação “até o limite do possível”. “O problema é conseguir compatibilizar essa expectativa de priorização da educação com o cenário macroeconômico atual, que gera cautela na área financeira do governo”, disse.
Fátima Bezerra, que vem defendendo o investimento de 10% no setor, disse hoje que a aplicação de 8% já é suficiente e garante “melhorias importantes” para a educação no País. Cada percentual do PIB destinado à educação representa cerca de R$ 40 bilhões anuais.
Bandeira histórica
Apesar do acordo que pode ser construído em torno dos 8%, o presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE), Daniel Iliescu, disse que a entidade vai continuar a defender os 10%. “A bandeira é histórica. Esse é o valor mínimo para dar conta do déficit acumulado na estrutura da educação brasileira. Talvez fosse necessário até mais”, avaliou.
Iliescu não soube afirmar, no entanto, qual a estratégia da entidade no caso de aprovação dos 8% pela comissão especial do PNE: “Vamos avaliar os atores comprometidos com a educação. Se a polarização for entre 7% e 8%, vamos defender o relatório. Mas, se houver margem, vamos tentar garantir os 10%”.
O PNE aponta 20 metas para a educação brasileira nos próximos dez anos. O projeto tramita de forma conclusiva na Câmara e, portanto, o projeto aprovado pela comissão especial seguirá diretamente para o Senado, a não ser que haja recurso para análise em Plenário.
Fonte: Agência Câmara
 

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