Telecirurgia representa nova ferramenta de ensino na área de saúde

Publicado em 25 de janeiro de 2012 às 17h08min

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Permitir que um número maior de profissionais da saúde tenha acesso a procedimentos cirúrgicos em tempo real é o principal objetivo das telecirurgias realizadas pelo Hospital Universitário Onofre Lopes (HUOL). “Com essa nova ferramenta, estamos investindo no ensino e diminuindo o risco de contaminação no centro cirúrgico”, explicou o cirurgião geral e atual diretor de Ensino, Pesquisa e Extensão do HUOL, professor Irami Araújo Filho.
O cirurgião, que também é professor de Técnica Operatória do Departamento de Cirurgia da UFRN, explica que recentemente houve uma reestruturação nos programas curriculares dos cursos de Medicina, diminuindo o número de disciplinas de práticas operatórias. Essa reestruturação se deu porque nos últimos anos houve uma ampliação da oferta de vagas em residências médicas. “Atualmente os médicos entram em contato com estas práticas durante a especialização”, explicou o professor.
Desse modo, as telecirurgias realizadas no HUOL além de facilitarem a interação entre os estudantes e os profissionais da área de saúde, antecipam experiências que só seriam possíveis depois que estes alunos ingressassem numa especialização. Para o paciente, os benefícios dizem respeito ao menor risco de contaminação e mais breve recuperação.
O professor também explicou que a modalidade de telecirurgia não está voltada apenas para os graduandos, os alunos residentes de Medicina, Enfermagem e Odontologia também são beneficiados.
Como funciona a telecirurgia?
A gerente de Tecnologia da Informação do HUOL, Mônica Fernandes, explica como se dá o preparo do ambiente cirúrgico para que seja realizada a sessão de telecirurgia. Segundo ela, no centro cirúrgico do hospital é instalado um equipamento de videoconferência móvel, responsável pela captura de imagens e sons em alta definição e frequência.
O material capturado é transferido através da rede lógica (rede de transmissão de dados e voz) para o auditório, localizado no 3º andar do prédio administrativo do hospital. No auditório, as imagens e sons gerados são apresentados em um telão interativo com Datashow e duas TV’s de 39 polegadas. Desta forma, existe uma interação em tempo real entre a equipe médica e os alunos, esclarecendo cada etapa da cirurgia.
Segundo Mônica Fernandes a primeira cirurgia experimental no HUOL ocorreu em abril de 2010, na especialidade de Buco-Maxilo-Facial, coordenada pelo médico Adriano Rocha Germano. Em seguida o médico Pedro Cavalcante aderiu ao projeto, transmitindo o primeiro implante coclear em hospital público no estado.
Entrevista com Mônica Fernandes
Gerente de Tecnologia da Informação do HUOL
Como a tecnologia da informação caminha com a assistência no HUOL?
O grande objetivo de todo o investimento em TI em um hospital é a busca da humanização hospitalar. Tornar os processos mais ágeis e confiáveis permite que os profissionais de saúde possam se dedicar mais ao atendimento dos pacientes.
E essa prática vem desde que período?
A TI, desde 1999, quando foi instalada, sempre andou por esse caminho. Estamos em pleno processo de implantação do PEP – Prontuário Eletrônico do Paciente. O nosso objetivo é ter um hospital sem papel.
A telemedicina surge em que período?
Em 2009, passamos a investir e pesquisar a telemedicina, que engloba ações como a teleconsulta, telediagnóstico, telecirurgia, teleconferência e Formação de Grupos de Interesses Especiais (SIG). Além do benefício óbvio, ligado à parte acadêmica, as teleconsultas permitem que os pacientes do interior tenham o acompanhamento do corpo clínico do HUOL, sem que precisem se deslocar para Natal. Outra conquista no setor de tecnologia foi a disponibilização de internet sem fio no Edifício Central de Internação. Com a internet sem fio, os pacientes e acompanhantes que tiverem um dispositivo móvel podem ter acesso à rede.
 

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