Para Ângela Paiva, ocupar o cargo de reitora coloca UFRN no lugar de Vanguarda

Publicado em 26 de março de 2012 às 09h52min

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Encerrando a série de artigos, depoimentos e entrevistas com professores da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, como parte das celebrações pelo Dia Internacional da Mulher, cujas as atividades ocorrerem durante todo o mês de março, o ADURN-Sindicato reproduz entrevista com a reitora da UFRN, Ângela Paiva.
Como foi a caminhada até chegar a ocupar o cargo de Reitora da Universidade federal do Rio Grande do Norte?
A caminhada de professora. Sou professora desde sempre. Já comecei minha vida profissional como professora de ensino da educação básica, fundamental e médio. Depois entrei na Universidade, passei nove anos no Campus de Santa Cruz, até iniciar minha atuação em Natal, participando muito das ações de colegiados e de comissões institucionais. Então, chegar à reitoria foi um processo de participação e de trabalho com ensino, pesquisa, extensão e administração.
O fato de ser Mulher lhe traz dificuldades na ocupação do cargo?
Não, não traz. Se eu não tivesse o ritmo de ensino, pesquisa, extensão e administração poderia constituir uma dificuldade, mas o meu ritmo de ocupação diária na universidade já era muito intenso, de modo que ocupar a reitoria como mulher não traz dificuldades.
Como avalia este primeiro ano de gestão?
A avaliação bastante positiva. Nós temos um modelo de trabalho bem participativo, bem coletivo. Isso se refletiu, por exemplo, na construção do plano de gestão que hoje nós temos como produto de uma grande discussão. Temos avanços já significativos em algumas linhas de ação, como na gestão de pessoas, na proposição de novos programas, na questão da política de assistência estudantil, ampliando as possibilidades de assistência pedagógica à saúde do estudante. Essas questões estão sendo trabalhadas. Na questão da internacionalização, também temos avançado significativamente. A universidade tem participado de missões e assinado vários termos de cooperação com outras instituições estrangeiras. Nossos alunos estão saindo mais para universidades estrangeiras. São muitos avanços. Ter o plano aprovado pelo Consuni [Conselho Universitário] e com equipes trabalhando segundo ele é o que dá o pontapé para os quatro anos.
Qual o significado de, pela primeira vez em 51 anos de história da UFRN, ser a 1ª mulher a ocupar o cargo de reitora?
Significa para mim, no contexto de UFRN, mais uma demonstração de pioneirismo, em termos já vigentes no Estado do Rio Grande do Norte. Eu digo isso porque sempre tivemos muitas mulheres bem qualificadas nas universidades federais e ainda há um número muito pequeno de mulheres reitoras. Então acho que a universidade deu um passo importante entre muitas outras que tem pessoas que são muito competentes e que ainda não tiveram a sua primeira mulher reitora. Então, a UFRN também está nessa vanguarda.
É importante colocarmos a questão da mulher está ocupando o cargo, principalmente numa instituição de ensino superior, em função de políticas públicas em relação à mulher, do fortalecimento e da melhoria. As mulheres têm alcançado muitas conquistas, no que se refere aos seus direito, à sua cidadania. Mas aqui nós temos uma população de jovens no ensino médio, e as mulheres que conseguem assumir cargos devem ser uma referência para estas jovens, mostrando que a uma mulher pode alcançar sucesso profissional, se realizar como pessoa constituindo família com casamento, mas principalmente apostando e investindo fortemente na educação e na formação profissional, porque esse é um caminho. Com determinação, cada jovem pode conquistar um espaço mais digno pra ela. Acho que nó,s mulheres que assumimos esses cargos, precisamos fomentar esse espírito, essa motivação nas jovens. Acho que é importante.
 

ADURN Sindicato
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