Publicado em 27 de abril de 2012 às 15h21min
Tag(s): SBPC
Como fazer um aluno do ensino básico se interessar e chegar às suas próprias conclusões nas aulas de ciências? Como passar conhecimento de forma experimental em vez de simplesmente transmitir as informações do programa escolar? Esses são alguns desafios que pesquisadores como Andrea Thompson da Poian, professora associada do Instituto de Bioquímica Médica da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), estudam.
Andrea dará a palestra 'Estratégias Motivacionais em Educação para a Ciência' durante a próxima Reunião Regional da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), que começa hoje (28), em Oriximiná (Pará). O tema da reunião é 'Educação e Ciência na Amazônia' e a pesquisadora vai enumerar casos bem-sucedidos de cursos para professores e alunos realizados justamente na cidade anfitriã do evento, entre outros exemplos.
A professora vai se basear em um projeto que tem mais de 20 anos e hoje é chamado de Rede Nacional de Ciências. "A ideia é oferecer cursos de férias para alunos e professores da educação básica voltados para motivação do ensino e aprendizagem de ciências", detalha Andrea. "Nós desenvolvemos esse projeto há muitos anos no Instituto de Bioquímica Médica. O público da palestra é amplo e vou mostrar como esse projeto vem caminhando", ressalta.
Oriximiná - A cidade que vai receber a Reunião Regional da SBPC, localizada no oeste do Pará, é velha conhecida de Andrea, que esteve cinco vezes na região para realizar atividades da rede e seus desdobramentos. Lá, ela contou com a colaboração de um grupo da Universidade Federal do Pará, coordenado pelo professor Cristovam Diniz, outro dos palestrantes do evento.
Andrea destaca que os cursos se baseiam na ideia de que a principal motivação para ciências é a curiosidade e a vontade de descobrir. "A gente estimula os participantes a buscar as perguntas e não as respostas. Para que eles possam, de forma experimental, que é como acontece em ciência, tentar construir uma maneira de responder o que eles estão interessados em saber e não simplesmente o que é transmitido. Nós damos suporte e orientação, com uma série de instrumentos que levamos", relata a pesquisadora.
De acordo com Andrea, "com isso, no final, eles vão construir um conhecimento que vai ser muito diferente". "Eles vão se apropriar desse conhecimento de uma forma muito mais autêntica do que se ele fosse simplesmente repetido", assegura.
A pesquisadora conta que os temas são "gerais" e envolvem as disciplinas das ciências. "O processo é mais importante do que o conteúdo em si", ressalta. Segundo a professora, mais de 30 universidades brasileiras fazem atividades semelhantes. "Fazemos os cursos aqui na UFRJ e ao longo do tempo fomos construindo uma rede. Damos um suporte inicial para que grupos de outras universidades comecem a desenvolver atividades análogas", conta, enumerando universidades do Rio Grande do Sul, Pernambuco, Minas Gerais, São Paulo, entre outros estados.
Reunião Regional - De hoje até domingo acontece a Reunião Regional da SBPC em Oriximiná (PA), no campus da Universidade Federal do Oeste do Pará (Ufopa). Além de 23 conferências, mesas-redondas, minicursos e exposição, de interesse de docentes, alunos de graduação e pós-graduação, haverá atividades de ciência voltadas para alunos do ensino básico. A participação é gratuita e não é necessário se inscrever previamente.
Confira a programação completa no site: http://www.sbpcnet.org.br/oriximina/home/.
