UFSC inaugura o maior museu arqueológico do sul do País

Publicado em 27 de abril de 2012 às 15h27min

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Duas gerações de antropólogos e museólogos se encontraram nesta semana para celebrar a evolução do Museu Universitário em cinco décadas de história. A instituição que começou a funcionar em uma estrebaria adaptada, na antiga Fazenda Assis Brasil, onde a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) se instalou na década de 60, passa agora a ostentar uma das maiores estruturas museológicas do País em tamanho e excelência.
O encontro ocorreu durante a reabertura do Museu Arqueológico e Etnográfico Oswaldo Rodrigues Cabral e inauguração do Pavilhão Expositivo Sílvio Coelho dos Santos, que agora poderá expor coleções arqueológicas e indígenas de grande valor cultural, além da obra de Franklin Cascaes, que não podiam ser exibidas por falta de espaço adequado de conservação. A primeira exposição, denominada "Ticuna em dois tempos", uma herança de Sílvio Coelho, abrirá no dia 9 de maio.
Com a inauguração do pavilhão, o museu reabre suas portas após uma década em que se manteve fechado ao público, concentrando-se apenas no trabalho de pesquisa. Ao abrir a cerimônia, o reitor Alvaro Prata disse estar entregando à comunidade de Santa Catarina um prédio construído inteiramente com recursos próprios (R$ 5 milhões) dentro do que há de excelência em matéria de museu e acessibilidade. Prata acrescentou que a universidade precisará do apoio das instituições de fomento cultural e da comunidade catarinense para equipar e mobiliar a obra, com um total de 2.400 metros quadrados, seguindo o seu padrão internacional. A secretária de Cultura e Arte, Maria de Lourdes Borges, afirmou que o museu será uma referência na América Latina, pela importância do seu acervo que agora poderá ser conhecido.
Cerca de 300 pessoas, entre estudantes, professores, pró-reitores, diretores de centro, ex-reitores, jornalistas, parlamentares, dirigentes de instituições culturais do estado participaram da primeira visita ao Pavilhão, composto por cinco andares com elevadores, sendo dois mezaninos, três grandes espaços expositivos e um terraço para exposição de grandes objetos e apresentações artísticas, além de salas para atividades culturais e educativas, laboratórios de restauração, café e sala de estar.
O grande homenageado da noite foi o antropólogo Sílvio Coelho dos Santos, ex-pró-reitor de Ensino e de Pesquisa e Pós Graduação da UFSC, e um dos fundadores do museu ao lado de Oswaldo Rodrigues Cabral, Walter Piazza e Anamaria Beck. Representado pela esposa, Alair Santos, o filho Paulo e a neta Juliana, Silvio Coelho deixou antes de morrer, em 2008, coleções de objetos das etnias indígenas de Santa Catarina de grande importância histórica e cultural e também dos índios Ticuna, de Manaus.
Diretoras de três períodos diferentes do museu participaram da solenidade: Anamaria Beck, Neusa Bloemer e Teresa Fossari, a atual dirigente. Uma das fundadoras do antigo Instituto de Antropologia, que deu origem ao museu, Anamaria Beck fez um relato sobre os desafios que ela e Sílvio Coelho dos Santos enfrentaram para criar a instituição e fomentar os acervos e confessou: "Pensei que não fosse suportar a emoção quando vi o seu nome na entrada do pavilhão".
Com três grandes salas de exposições totalizando 1.900 metros quadrados, todas apresentando condições ideais de climatização, iluminação, controle de umidade e um eficiente sistema de segurança monitorado, a nova construção vai dar vazão ao trabalho de pesquisa que o museu manteve durante todas essas décadas. "Nossas coleções são peças-chave para compreender a formação do povo catarinense", salientou Teresa Fossari. A diretora disse também que o prédio possibilitou a mudança de estatuto e nome do Museu Universitário para Museu de Arqueologia e Etnologia Professor Oswaldo Rodrigues Cabral (MArquE). "Agora temos um padrão de conservação apto para receber qualquer acervo do mundo em circulação pelo País", lembrou Fossari, agradecendo o empenho de toda a equipe.

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