Reunião regional da SBPC abre suas atividades destacando a importância do ensino básico

Publicado em 02 de maio de 2012 às 08h26min

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A Reunião Regional da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) abriu suas atividades na noite da última sexta (26), em Oriximiná (PA), dando destaque para as mudanças científicas no Oeste do Pará e para a necessidade de melhorar a qualidade do ensino básico na região. Essa era opinião de alguns participantes da cerimônia de abertura, como o professor Domingos Picanço Diniz, diretor do campus Oriximiná da Universidade Federal do Oeste do Pará (Ufopa), e o prefeito da cidade, Luiz Gonzaga Viana.
Diniz afirma que o ensino básico no Oeste do Pará é uma "roda que claudica" e que "está sofrendo". "Quando recebemos novos alunos [na universidade], sentimos a necessidade de preencher lacunas que vieram do ensino básico. Se fossem mais preparados, economizaríamos dinheiro público", exemplifica. Por sua parte, o prefeito Luiz Gonzaga Viana diz que o conhecimento pode mudar a política e que a educação está sendo responsável pelo desenvolvimento do município.
Desde a abertura de um campus da Universidade Federal do Pará na região vem se percebendo uma importante mudança. O passo seguinte foi a chegada da Ufopa, que atualmente, além dos cursos de graduação, conta com três mestrados e vai dar início em agosto ao primeiro doutorado da região.
"Isso é um dos pré-requisitos para que uma instituição seja considerada universidade', lembra Aldo Gomes, pró-reitor de Planejamento Institucional da Ufopa. Ele ressalta que 40% das universidades brasileiras não possuem o requisito e que a Ufopa conseguiu em dois anos. Gomes destaca também que a universidade foi responsável pela criação de 2.400 novas vagas em graduação. "Nós, interioranos, sentimos uma necessidade muito grande de crescer e transformar nossa realidade", revela Diniz, um dos responsáveis pelo acontecimento da Reunião Regional na cidade.
Recepção - Diniz conta com satisfação como foi a chegada dos pesquisadores à cidade, acessível por barco (oito horas desde Santarém) ou lancha (quatro horas da mesma cidade). Feliz com "o sorriso no rosto" dos palestrantes, ele destaca a "vontade de trabalhar" e a "força de transformação da sociedade" dos cientistas em geral. Eles participaram de atividades no sábado (27) e domingo.
Os participantes tampouco mediram esforços para chegar a Oriximiná. Francisca Gomes, estudante de Tecnologias em Produção Pesqueira, saiu com um colega de Fonte Boa (AM), que está a 870 quilômetros de Manaus. Foram cinco dias em barco. "A idéia é nos dividirmos para fazer os cursos e depois levar conteúdo para nosso município", conta, durante o curso de hortas escolares. "Esse evento é de suma importância para a gente também para apresentar nosso trabalho", destaca. Ela mostrou uma avaliação sensorial de hambúrgueres e bolinhos de peixe da espécie aruanã.
Rute de Andrade, secretária-geral da SBPC, conta que raramente a Reunião Regional repete uma sede e que foi a primeira vez que o evento voltou a um município. O tema deste ano foi o mesmo de 2008, quando Oriximiná foi anfitriã da outra reunião: Educação e Ciência na Amazônia. Rute lembra que o tema "traz à discussão temas pertinentes para a região" e está inserido nas discussões sobre erradicação da pobreza que permeará debates na Rio+20. "Sem educação não se elimina a pobreza", ressalta.
A secretária-geral explica que as reuniões regionais podem ser "menores em intensidade de pessoas", em comparação com a Reunião Anual, porém, são tão ou mais importantes que sua versão nacional. Ela lembra que em 2008 houve 1300 participantes em Oriximiná, com 600 inscritos. Em 2012 mais de 800 pessoas se inscreveram, muitos deles jovens, público almejado pelo evento.

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