Especialistas participam de encontro mundial sobre bio-hidrogênio

Publicado em 02 de maio de 2012 às 08h38min

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As conferências e discussões técnicas reuniram 35 especialistas de 12 países. O uso de hidrogênio como vetor energético tem sido considerado para geração de energia elétrica e para transporte.
Foi concluído na sexta-feira (27), em Campinas (SP), o encontro da Agência Internacional de Energia (IEA) sobre Bio-Hidrogênio - o HIA Task 21/Brazil Biohydrogen Meeting. Em três dias de realização, o evento incluiu conferências e discussões técnicas com 35 especialistas na produção biológica de hidrogênio, com a participação de 12 países. O uso do gás como vetor energético tem sido considerado tanto para geração de energia elétrica, por meio da utilização em células a combustível, quanto para transporte.
Organizado pelo Instituto Nacional de Tecnologia (INT), pela Universidade de São Paulo (USP) e pela Escola de Engenharia de São Carlos (EESC), com a parceria da IEA, o encontro teve a participação do coordenador-geral de Tecnologias Setoriais da Secretaria de Desenvolvimento Tecnológico e Inovação (Setec) do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), Adriano Duarte, entre outros representantes da pasta.
Estiveram presentes ainda, o coordenador do grupo de trabalho sobre bio-hidrogênio da IEA, Michael Seibert, pesquisador do Laboratório de Energias Renováveis (NREL) do Departamento de Energia dos Estados Unidos; e a organizadora do evento, Viridiana Ferreira-Leitão, chefe do Laboratório de Biocatálise do INT. O pesquisador Fábio Bellot Noronha, da área de Catálise e Processos Químicos do INT, apresentou um panorama sobre as pesquisas da área no Brasil.
Os trabalhos da IEA no tema se iniciaram em 1995, com o objetivo de discutir a produção biológica (fotoprodução) de hidrogênio. Este evento, o quarto realizado, consistiu de relatos das atividades dos países participantes nos temas envolvidos. Dos cinco trabalhos apresentados no encontro por países da América Latina, três foram do Brasil. Houve, ainda, visita à empresa Ergostech, que possui uma planta de produção de bio-hidrogênio com capacidade de 1 metro cúbico, em parceria com as empresas Sapporo e Petrobras.
Na quarta-feira (2), o grupo de especialistas internacionais fará uma visita ao INT, para conhecer o trabalho da área de Catálise e Processos Químicos. O pesquisador Michael Seibert apresentará uma conferência sobre benefícios, desafios e comparações do hidrogênio renovável a partir de fontes microbianas tradicionais (solares) e inovadoras.
Processo de produção - Adriano Duarte explica que a energia do hidrogênio é aquela que se obtém da combinação do hidrogênio com o oxigênio produzindo vapor de água e libertando energia que é convertida em eletricidade. Pode ser obtido de diversas fontes energéticas (como o carvão, resíduos e biomassa) e sua combustão não é poluente (é produto da combustão da água), além de ser uma fonte de energia barata.
Já a produção biológica de hidrogênio pode ser obtida por meio de microorganismos, a partir de rejeitos biológicos de tratamento de esgoto ou de processos industriais ou agrícolas.
Do ponto de vista científico, a produção biológica de hidrogênio é uma área ainda em expansão no Brasil, com potencial de crescimento. Existem avaliações de que, por possuir uma das matrizes energéticas mais limpas do mundo (46% de renováveis) e tradição na utilização sustentável de recursos naturais para produção de energia, o país poderá, no futuro, liderar também este setor.
O desenvolvimento de tecnologias para produção biológica de hidrogênio a partir da biomassa consiste em uma área bastante promissora, em virtude do potencial do país. A agroindústria de milho, cana, arroz, mandioca, trigo, cítricos, coco e gramíneas ocupa uma área de quase 29 milhões de hectares e gera 597 milhões de toneladas de resíduos por ano.

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