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Publicado em 30 de maio de 2012 às 09h24min
Tag(s): Carreira Docente
Na noite desta segunda-feira (28), o PROIFES-Federação e o Andes-SN estiveram na Universidade de Brasília (UNB) para esclarecer aos docentes os pontos defendidos por cada entidade sobre a reestruturação da carreira docente e sobre os posicionamentos de cada uma delas na presente conjuntura. O debate foi conduzido pelo presidente da Associação dos Docentes da UNB, Ebnezer Maurílio Nogueira da Silva e contou com mais de 100 presentes.
Em sua exposição, o vice-presidente do Andes, Luiz Henrique Schuch, ressaltou a importância do encontro no atual cenário de negociação com o governo e procurou justificar a deflagração da greve proposta pela Andes e acatada por algumas universidades antes do fim do prazo de negociação combinado de comum acordo entre entidades sindicais e governo. Schuch apresentou também os fundamentos da proposta de reestruturação de carreira da Andes.
Por sua vez, o diretor do PROIFES, Gil Vicente, falou inicialmente sobre as conquistas obtidas pelo PROIFES desde 2006, tais como, dentre outras, a criação da classe de associado, o fim da gratificação por produtividade GED, a isonomia entre ativos e aposentados, a aprovação de estruturas de carreira e de salários iguais para o Magistério Superior (MS) e para o Ensino Básico, Técnico e Tecnológico (EBTT) e a elevação de salários, em termos reais, que resultou dos acordos assinados pelo PROIFES em 2007/2008, conforme proposta escalonada que entrou em vigor em 2008, 2009 e 2010.
Gil Vicente lembrou que, no início de 2006, os professores adjuntos 4 (fim de carreira, à época) ganhavam pouco mais de 5 mil reais, enquanto que hoje os docentes na mesma situação têm remuneração de mais de 11 mil reais.
O dirigente do PROIFES expôs então as propostas de Carreira do PROIFES, a recente de proposta do governo no GT Carreira e a contraproposta que o PROIFES irá apresentar na próxima reunião, dando continuidade aos debates de reestruturação em curso. Frisou, ao mesmo tempo, que a entidade considera que um elemento central para o avanço das negociações é que o governo honre o compromisso assumido já há quase 2 anos no sentido de equiparar os salários das carreiras do MS e do EBTT aos dos servidores da carreira de Ciência e Tecnologia.
“A discussão da questão salarial, que se dá simultaneamente ao debate sobre a reestruturação das carreiras, é de máxima importância para os professores”, afirmou Gil Vicente. E continuou: “Consideramos que esse é um dos eixos essenciais que deve pautar as negociações, daqui por diante. Afinal de contas, no ano passado os professores aceitaram a proposta de um reajuste rebaixado de 4% e de incorporação da GAE exatamente porque tinham a expectativa de que a equiparação com a Ciência e Tecnologia viria neste ano. A insatisfação dos docentes, hoje, decorre da incapacidade do governo de se manifestar sem dubiedades sobre este tema. É inteiramente inaceitável que o governo recue neste ponto e o PROIFES já informou os dirigentes do MPOG e do MEC sobre isso, com todas as letras e com toda a transparência que neste momento é necessária. Este é o foco principal das tensões, na percepção da nossa entidade. Negar ou tergiversar sobre os reais motivos do descontentamento dos docentes é falsificar a defesa de seus interesses e tentar canalizar para outros fins a real indignação existente.”
O professor Gil Vicente explicou que, em termos de encaminhamento, o PROIFES aguardará até 31 de maio, data em que termina oficialmente o prazo para a conclusão do GT Carreira. “O PROIFES cumprirá o que foi firmado na Mesa de Negociação e respeitará o prazo com o qual concordaram todas as entidades. Entretanto, já no próximo dia 03 de junho, o Conselho Deliberativo da nossa entidade estará reunido para analisar a situação até lá vigente e deliberar sobre as ações políticas a serem adotadas. Poderá haver consulta plebiscitária aos sindicalizados do PROIFES, se for julgado necessário. Realizar o debate presencial é importante, mas é igualmente fundamental ouvir a manifestação direta do conjunto dos professores, se preciso. Isso fortalece a democracia, evitando a tomada de decisões baseadas em assembleias esvaziadas e fortalecendo as deliberações e os encaminhamentos aprovados. Esse novo fazer sindical, radicalmente democrático, é uma das características marcantes da nossa entidade.”, afirmou Gil Vicente.
Após as exposições, os professores que acompanhavam o debate fizeram perguntas aos dois debatedores sobre diversos pontos relacionados às propostas de reestruturação de carreira da Andes e do PROIFES. Os discursos do representante do PROIFES foram seguidamente aplaudidos pelos presentes, conforme poderá ser conferido no vídeo completo do debate que iremos disponibilizar em nossa página tão logo seja possível.
Mécia Menescal
Assessora de Comunicação – PROIFES-Federação