Publicado em 31 de maio de 2012 às 16h04min
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Conferência, que terá capacidade para receber 38 mil pessoas por dia em sua sede principal, quer ser a "mais sustentável" e "mais inclusiva" da ONU, e pretende neutralizar o carbono emitido com sua realização.
Delegações de 176 países e 102 chefes de Estado e Governo solicitaram hospedagem para a Rio+20 até ontem (30), de acordo com o secretário nacional da conferência, o ministro Laudemar Aguiar. Ele apresentou os últimos detalhes sobre a organização do evento no Riocentro, Zona Oeste do Rio, sede principal da Conferência das Nações Unidades sobre Desenvolvimento Sustentável, e garantiu que todas as obras no local estarão prontas até o dia 5 de junho - com espaço para testes e adaptações até o dia 13, data da abertura da Rio+20.
Assim sendo, a partir da próxima terça-feira, o Riocentro, onde ocorrerão as discussões e negociações entre autoridades e atualmente está tomado por tapumes, tendas e fios, passa a ser "território da ONU". Foi a primeira vez que o comitê organizador abriu o espaço para imprensa, que acompanhou o andamento das obras. "Estamos na reta final
e dentro do cronograma", assegurou o secretário, lembrando que a lista de confirmados tende a aumentar nos próximos dias.
Se os 102 chefes de Estado e Governo confirmados realmente vierem, o evento se aproximará, em número de líderes, da Rio-92, que contou com 108 e ficou conhecida como a conferência que popularizou o termo desenvolvimento sustentável. Aguiar revelou também que, em termos de área e estrutura, a Rio+20 será o dobro da conferência de 20 anos atrás - só no Riocentro serão 100 mil metros quadrados construídos.
Para garantir a segurança das autoridades, serão destacados 1.200 homens das Forças Armadas, além de 500 da Polícia Federal e integrantes da Guarda Municipal, Polícia Militar e especialistas em armas químicas e biológicas, de acordo com o general Otávio Santana do Rêgo Barros. A ação está a cargo do Ministério da Defesa e só entrarão no Riocentro pessoas credenciadas, como representantes da sociedade civil, de governos, de agências internacionais e da imprensa.
Sustentável e inclusiva - A Rio+20 terá lugar também em espaços como o Parque do Flamengo (onde ocorrerá a Cúpula dos Povos), o Parque dos Atletas (com exposições e stands de países), a HSBC Arena (espaço para reuniões e apresentações) e o Píer Mauá, onde se reunirão representantes do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), Finep, Ministério da Educação, entre outros órgãos.
Aguiar destacou os três principais "eixos" da conferência: acessibilidade, sustentabilidade e conectividade. "Faremos com que seja a mais inclusiva possível, queremos marcar um patamar nas Nações Unidas", prometeu o secretário, que anunciou medidas para garantir a inclusão de pessoas com deficiência no evento. "No Brasil temos 40 milhões de deficientes", lembrou.
Em relação à sustentabilidade, o ministro disse que uma série de ações estão previstas visando à compensação das emissões de carbono decorrentes da realização da Rio+20. Apesar de não ter detalhado quais seriam, Aguiar deu como exemplo a utilização de geradores a biodiesel, de madeira certificada, de copos descartáveis feitos de espiga de
milho e a coleta seletiva de lixo como algumas das providências "verdes" da conferência.
Conectividade - Além disso, a utilização de totens informativos e a disponibilização de aplicativos para tablets têm como objetivo diminuir a utilização de papel no evento. Ações que estão relacionadas ao terceiro eixo da Rio+20, a conectividade. Segundo Aguiar, o evento estará preparado para receber até 38 mil pessoas por dia e promover 30
mil acessos simultâneos à internet. "Será a conferência mais digitalizada já feita no Brasil", afirma o secretário, lembrando que, além da rede wi-fi, a Rio+20 contará também com um cabeamento paralelo.
O Pavilhão 3 do Riocentro abrigará as delegações e o centro de imprensa, que poderá receber mais de 1.000 jornalistas e terá cerca de 200 computadores desktops para esses profissionais. Já as autoridades estarão reunidas no Pavilhão 5, que contará com uma plenária para as discussões e segurança máxima, com portas fechadas. O Pavilhão 1 abrigará o escritório da ONU, parte logística, bancos e será a entrada principal. Os chefes de Estado e Governo terão uma entrada especial. 350 ônibus farão o transporte das delegações.
A Rio+20 acontece de 13 a 22 de junho e está dividida em três partes: de 13 a 15 haverá as últimas negociações sobre o "Rascunho Zero"; de 16 a 19, o Riocentro terá o evento "Diálogos para o Desenvolvimento Sustentável" e, de 20 e 22 é o turno do segmento de alto nível, como é conhecido o grupo de chefes de Estado e Governo.
