Oito universidades federais decidem acabar com a greve

Publicado em 20 de agosto de 2012 às 15h54min

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O  Ministério da Educação informou que oito universidades federais espalhadas pelo País decidiram encerrar a greve. Entre elas estão: universidades federais do Rio Grande do Sul (UFRGS); de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA); de São Carlos (Ufscar), no campus de Sorocaba; de São Paulo (Unifesp), no campus de Guarulhos; de Santa Catarina (UFSC); doze campus do Instituto Federal do Paraná (IFPR) e três do Instituto Federal do Acre (IFAC). Na Universidade de Brasília (UnB), os professores decidiram em assembleia nesta sexta-feira (17), por 130 a 115, pelo fim da greve da categoria que teve início em maio. O Conselho de Ensino Pesquisa e Extensão (Cepe) ainda deve se reunir para decidir o calendário.
Pegos de surpresa, professores ligados ao Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino (Andes) disseram que vão buscar meios para reverter a decisão. Em comunicado, o Ministério da Educação diz que "reafirma que as negociações com os sindicatos dos docentes estão encerradas e que não há hipótese de rever o critério da titulação na progressão. As tabelas apresentadas pelo Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão deixam claro que o governo federal buscou, principalmente, valorizar a titulação e a dedicação exclusiva".
Segundo o governo, a proposta prevê aumentos que variam entre 25% e 40% sobre os salários de março, já reajustados, a serem pagos em 2013, 2014 e 2015, na proporção de 50%, 30% e 20%.
Nesta sexta-feira, o governo também ofereceu reajuste de até 15,8% para outras 18 carreiras do serviço público. Segundo o secretário-geral da Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Federal (Condsef), Josemilton Costa, a proposta representa um primeiro passo na reunião com o governo federal. O secretário de Relações do Trabalho, Sérgio Mendonça, apresentou uma proposta de reajuste, parcelado em três vezes, para 18 setores da base da Condsef, o chamado "carreirão". Os sindicalistas não fecharam acordo, mas observaram que a oferta ainda está muito abaixo da reivindicada.
Na véspera, o governo havia oferecido o mesmo percentual (15,8%) de reajuste aos técnicos administrativos das universidades federais, mas a proposta não foi de imediato.
UnB - Adriana de Fátima Barbosa Araújo, professora de Literatura Brasileira da UnB, disse que a assembleia foi "um golpe", já que a votação pelo fim da greve foi incluída de última hora. "A gente pode reverter essa situação. Tudo que aconteceu hoje foi só um teatro, a base não estava presente", afirmou, informando que uma nova assembleia deve ser realizada na terça-feira.
A Associação dos Docentes da UnB (AdUnB) disse que não faz sentido contestar o resultado porque os professores presentes à assembleia toparam votar. O resultado, com a presença de 248 professores, teve apenas três abstenções. "O que existe é uma universidade dividida. O fim da greve está sub judice", disse Rodrigo Dantas, professor do Departamento de Filosofia.
Nova reunião - Sobre a proposta de reajuste para as 18 carreiras do serviço público, o secretário-geral afirmou, no entanto, que volta a se reunir com a equipe técnica do Ministério do Planejamento neste sábado para estudar uma alternativa. Os servidores sugeriram que, em vez de apenas oferecer reajuste para as categorias, o governo poderia realizar mudanças na estrutura das carreiras, por exemplo incorporando ao vencimento básico valores que hoje são pagos a título de gratificação. Na prática, com essa mudança, aposentados, por exemplo, receberiam os reajustes integralmente - quando é nas gratificações, eles só recebem 50%.
"Pelo menos saímos desta reunião com a possibilidade de formatar uma proposta para fortalecer o vencimento básico. Mas a greve continua até chegarmos a um acordo", afirmou o sindicalista.

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