Após pressão do movimento negro, USP deve realizar debate sobre cotas na universidade

Publicado em 26 de setembro de 2012 às 10h36min

Tag(s): Cotas nas Universidades Federais



A reunião do Conselho Universitário da USP (Universidade de São Paulo), que aconteceu nesta terça-feira (25), decidiu pela realização de um debate com a comunidade acadêmica sobre a adoção do sistema de cotas para o ingresso na universidade. Representantes do movimento negro e do corpo discente defenderam a inserção de cotas raciais, no entanto a nota distribuída pela reitoria ao final da reunião fala em cotas sociais.
"Hoje foi uma sessão meramente de debates", explicou o professor Nei Fernandes de Oliveira, diretor da Escola de Engenharia de Lorena. A reunião teve participação de docentes, representantes discentes da graduação e da pós-graduação, de representante da Frente de Lutas Pró-cotas Raciais, do Núcleo de Consciência Negra da USP e do Instituto Luiz Gama - associação de defesa dos direitos humanos.
Após posicionamentos pró e contra o sistema de cotas, decidiu-se pela necessidade de ampliar o debate dentro da universidade. Em nota, a reitoria afirmou que houve consenso quanto à "realização de um grande seminário, em que a questão da inclusão social será discutida com maior profundidade e detalhamento com a comunidade universitária".
Estudantes protestam antes de reunião sobre cotas na USP
"Pela primeira vez tivemos oportunidade de debater essa questão dentro do Conselho Universitário, isso é positivo", avaliou Silvio Luís de Almeida, presidente do Instituto Luiz Gama.
O reitor da USP, João Grandino Rodas, estabeleceu o compromisso de nos próximos dias nomear uma comissão que será responsável pela organização de seminários nas unidades da universidade. Não ficou estabelecido prazo para essa comissão.
O diretor do DCE (Diretório Central de Estudantes) da USP, Adrian Fuentes, considera que a reitoria se comprometeu timidamente. "Não ficou claro quem serão as pessoas convidadas para essa comissão e nem de que forma isso será feito."
Para a representante discente da pós-graduação, Maria Fernanda Silva Pinto, "a universidade é muito reticente em pensar políticas públicas afirmativas por meios que não sejam sócio-econômicos. A proposta é para que todos os professores tenham mais informações acerca do debate e da experiência brasileira para que a questão volte ao Conselho Universitário e as cotas sejam votadas".
Fonte: UOL
 

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