Ciência e inovação têm papel fundamental no crescimento econômico

Publicado em 10 de dezembro de 2012 às 10h34min

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 O papel da ciência e da inovação para a produção de alimentos, redução da pobreza e superação dos gargalos do desenvolvimento econômico permeou as palestras na abertura, na quarta-feira (5), do 4º Encontro Preparatório para o Fórum Mundial de Ciência 2013, que será realizado no Rio de Janeiro.

Elibio Rech, da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), que representou no encontro a Academia Brasileira de Ciências (ABC), falou do avanço das pesquisas na área da agricultura, enquanto Luiz Antonio Elias, secretário executivo do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), abordou o papel da ciência, da tecnologia e da inovação para o desenvolvimento do País.

Para Rech, os dois principais problemas que devem ser resolvidos para garantir um futuro mais justo e com melhor qualidade de vida para a população mundial são a iniquidade e a insustentabilidade. "Temos que quebrar determinados paradigmas", defendeu. "Devemos descobrir como intensificar a produção sustentável de alimento e de bioenergia até 2050, reduzindo o impacto no meio ambiente, e como combater a iniquidade social."

Ele lembrou que o Brasil vem se sobressaindo internacionalmente como grande produtor de alimentos. Situação que deverá perdurar por algum tempo. "As commodities agrícolas ainda vão gerar riqueza para o País pelo menos nos próximos 40 anos", previu. "Muita tecnologia tem sido investida nesse setor. Hoje usamos a metade do solo que usávamos em 1990 para produzir três vezes mais sementes de soja. Isso é agregação de valor. Os ciclos de plantação estão sendo reduzidos, o número de plantas por hectare é menor e a produtividade triplicou."

Para Rech, a agricultura do futuro precisa estar relacionada com segurança alimentar, sustentabilidade e investimento em educação. "Crianças têm que estar na escola e não no campo", disse. "Temos modelos eficientes para quebrar esse paradigma. Colocar a educação em primeiro lugar é o que vai produzir ciência e tecnologia de qualidade. Só assim se pode garantir um futuro sustentável para o planeta."

Inovação - Elias, por sua vez, destacou o papel da inovação na superação dos efeitos locais da crise econômica mundial de 2008. "A inovação é um motor de competitividade, do aumento de salários, do emprego e do crescimento econômico em longo prazo", explicou. "Por isso, entendo que ciência e tecnologia precisam caminhar juntas, pois, sem conhecimento, o Brasil não teria dado o salto necessário para superar a crise de 2008."

Ele lembrou que, nos últimos anos, a política de ciência, tecnologia e inovação (CT&I) apoiou a formação de recursos humanos e a pesquisa básica e aplicada, além de projetos inovadores em áreas estratégicas. "A variedade de mecanismos de incentivo à inovação para as empresas foi ampliada, assim como aqueles voltados à capacitação de recursos humanos, com foco em engenharias e setores estratégicos, com o objetivo de reforçar a contratação de pesquisadores pelas empresas", disse.

Sobre o resgate da dívida social do País, Elias comentou a mudança no padrão de desenvolvimento. "Nos últimos anos, observamos a redução da pobreza, aliada à maior distribuição da renda e à elevação do poder aquisitivo do brasileiro, fatores que contribuíram para a entrada de 40 milhões de pessoas no mercado de consumo", afirmou. Para ele, o governo deve aproveitar o momento de aumento do poder aquisitivo da população para incentivar as empresas a investir mais em tecnologia. "Desta forma, a política de CT&I dá ênfase ao desenvolvimento regional e à diminuição das desigualdades", declarou.

Durante sua palestra, Elias também destacou a importância de o Fórum Mundial de Ciência acontecer no Brasil. "Será uma grande oportunidade de mostrarmos ao mundo a excelência que alcançamos em diversas áreas, em nível internacional", disse. "Precisamos fortalecer o foco do MCTI agora, que é estreitar relações de parceria público-privada e academia-empresa para termos o avanço que é necessário alcançar. O resultado deve ser extremamente positivo para a sociedade."

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