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Entrevista em 01 de junho de 2009
O professor Renato Amado Peixoto fez a graduação e o mestrado em História, na UERJ. No mestrado, estudou sobre a formação do pensamento geopolítico no Brasil por meio das principais escolas filosóficas que influenciaram a concepção do Estado brasileiro', e aprofundou-se no tema durante o doutorado, na UFRJ. A pesquisa abordou a construção do espaço nacional na década de 1840, e como ela é trabalhada na didática.
O professor veio para a UFRN, em 2006, um ano após concluir sua tese. Aqui, ele deu continuidade a pesquisa sobre 'a construção do espaço nacional', mas com dois focos distintos. No primeiro, ele busca a compreensão por meio de manifestações culturais, como música e literatura; no segundo, analisa as ações do Estado.
Em manifestações culturais, uma das pesquisas coordenadas pelo professor analisa a concepção do espaço nas obras de H. P. Lovecraft e de Robert Howard, escritores norte-americanos de ficção científica. Segundo Renato, a construção dos universos ficcionais desses autores é extremamente sofisticada, com ambientações diferentes, mas similares na sua criação. “Howard trabalha com um universo de fantasia medieval, enquanto Lovecraft se utiliza de realidades paralelas e terror. Entretanto, por serem contemporâneos, eles se correspondiam e se aconselhavam”, comenta.
Para o professor, entender esses espaços é determinante para a compreensão da construção de produtos da cultura de massa. “Os espaços desenvolvidos por esses autores são utilizados como base para uma infinidade de bens culturais no último século que influenciaram, e ainda o fazem, na formação de identidades, espaços e territórios”, explica Renato.
Já na formação do espaço pela ação do Estado, Renato Peixoto estuda o desenvolvimento dele por meio da formação da idéia de nação, e de identidade nacional. Em sua última pesquisa, ele tem como objeto de estudo a sociedade conservadora do Rio Grande do Norte durante as décadas de 1940 e 1950. “Nós queremos discutir e reelaborar o discurso conservador de instituições como a Igreja e as Forças Armadas, entre outras, que estiveram muito presente no estado durante aquele período”, conclui o professor.