As doenças bucais

As doenças bucais

Entrevista em 09 de dezembro de 2008

Investigar possíveis indicadores para uma melhor compreensão do comportamento biológico de diversas doenças bucais, principalmente câncer, cistos e tumores. Este é o trabalho realizado pela professora Roseana de Almeida Freitas, do Departamento de Odontologia.
Roseana se formou em Odontologia, pela UFRN, em 1984. Durante os últimos anos da graduação ela foi monitora da disciplina de Patologia Oral, o que a direcionou para essa área na pós-graduação. O mestrado foi feito, também, na UFRN, entre 1986 e 1989. O doutorado ela realizou na USP entre 1989 e 1991. Em 1990, enquanto estava em São Paulo, Roseana prestou concurso para professora do Departamento de Odontologia, cargo que assumiu assim que retornou.
De acordo com a professora, todos os trabalhos desenvolvidos por ela dentro e fora do Programa de Pós-Graduação em Patologia Oral, do qual ela é a atual coordenadora, objetivam o ensino, a pesquisa e a extensão. O principal deles se refere aos estudos sobre o carcinoma epidermóide oral, um tipo de câncer de boca responsável por mais de 90% dos casos dessa doença. “O câncer bucal não está entre os que mais afligem a população, mas seus índices de morbidade e mortalidade são muito altos, pois seu diagnóstico é feito muito tarde”, esclarece Roseana.
Dentro desta linha, a professora coordena pesquisas epidemiológicas e de diagnósticos e prognósticos. A primeira busca avaliar alguns parâmetros de incidência da doença e os fatores envolvidos na sua origem como o fumo e o consumo de álcool. Já a segunda, estuda os marcadores biológicos para acompanhar o desenvolvimento do câncer e suas variações entre os indivíduos.
A pesquisadora explica que, devido ao câncer ser uma doença onde múltiplos fatores estão envolvidos, é necessário que determinado biomarcador seja também observado em outros centros de pesquisa para ser considerado relevante para aquele tipo de tumor. “Em pacientes diferentes, o mesmo tipo de câncer possui comportamentos diferentes. Uns têm uma sobrevida melhor enquanto outros chegam a óbito com rapidez. O que nós fazemos aqui é buscar biomarcadores capazes de explicar essa disparidade de reações”.
Mas o combate ao câncer bucal não fica apenas dentro do laboratório. Em épocas de campanhas de prevenção organizadas pelos órgãos públicos de saúde ou em eventos científicos como a CIENTEC, grupos de alunos esclarecem a população sobre a importância do auto-exame da cavidade oral e do diagnóstico precoce.
Roseana também participa de pesquisas sobre cistos e tumores odontogênicos. Nessa linha, voltada para o estudo do comportamento biológico das lesões, seu grupo de trabalho já publicou artigos de alta relevância na literatura científica mundial.


 


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