Entrevista em 12 de maio de 2009
O professor João Carlos Alchieri é formado em psicologia pela PUC /RS, onde cursou mestrado, em 'Psicologia Social e da Personalidade'. Nesse estudo, pesquisou os efeitos causados pelo uso de medicamentos benzodiazepínicos na expressão da efetividade humana. O doutorado, em Psicologia do Desenvolvimento, foi realizado na UFRGS, e abordou a adaptação para a realidade brasileira, do Inventário Millon de Estilos de Personalidade.
João Alchieri é docente do departamento de psicologia, da UFRN desde 2003, e desenvolve projetos voltados para a avaliação de processos psicossociais, no programa de Pós-Graduação de Psicologia e de Ciências da Saúde.
Ele explica que os processos psicosociais abordam outras áreas da psicologia, desde aspectos matemáticos para a criação de instrumentos avaliativos, até a aplicabilidade deles. “Com os aspectos técnicos e metodológicos da avaliação psicológica, nós temos condições de desenvolver processos avaliativos para verificar se determinado projeto social tem adequação, se dará rendimento e se ele irá alcançar seus objetivos”, comenta o professor.
João Alchieri cita como exemplo um projeto em andamento no qual se procura desenvolver ou adaptar instrumentos de avaliação psicológica à região Nordeste. Segundo ele, \"existem modelos avaliativos que, muitas vezes, não condizem com as características psicossociais da população nordestina, uma vez que ela tem suas especificidades, assim como os brasileiros das demais regiões”.
Outro projeto coordenado pelo professor é na área de neuro-psicologia, neste, seu grupo trabalha a criação de ferramentas para identificar características psicológicas de pacientes em estágio inicial do Mal de Alzheimer. João Alchieri explica que, em muitos casos, o início da doença é confundido com perdas de memórias casuais, tornando seu diagnóstico tardio. Além disso, a pesquisa irá identificar os perfis sociais dos pacientes, como nível de escolaridade ou tipo de emprego.
João Alchieri também faz parte do grupo de estudos em saúde do trabalho (GEST) e nele está desenvolvendo uma pesquisa sobre a violência no trabalho, iniciado pela professora Lívia Borges, hoje na UFMG. “Nós estamos mapeando características psicossociais de determinadas categorias de trabalhadores expostos a diferentes tipos e níveis de violência, tanto moral quanto física, para sabermos como ela impacta no trabalhador e no seu ambiente profissional”, conclui o pesquisador.
