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Entrevista em 16 de setembro de 2007
Ronaldo Ferreira de Lima começou a se interessar por música aos 12 anos, no Colégio Padre Miguelinho, estudando clarinete. Ele conta que a transcendência e a liberdade proporcionada pela música foram os inspiradores para ele conhecer cada vez mais as possibilidades que ela apresenta. Ronaldo foi aluno da Escola de Música durante dez anos, concluiu a graduação em Educação Artística, na UFRN, e tornou-se docente da instituição em 1977, onde já ensinou as disciplinas de Flauta Doce e Saxofone. O professor foi diretor da Escola de Música por duas vezes, o que o motivou a se especializar em Gestão e Organização Escolar (2002). Ele coordenou o projeto Quarteto de Saxofone e atualmente é responsável pela disciplina prática de Clarinete e literatura. Na sua dissertação de mestrado em Ciências Sociais (UFRN), concluída no ano passado, o professor aborda o modelo europeu produzido na academia, que segue rigores da técnica e métodos, e o conhecimento adquirido nas bandas de música formadas sem o respaldo teórico proveniente das universidades. Com isso, o professor analisou a importância do método alternativo inserido na universidade com o intuito de integrar estes dois saberes no ensino da música e suas vantagens no aprendizado. Foi por meio do trabalho do mestrado que o professor foi convidado a integrar o Grupo de Estudos da Complexidade (Grecom). Segundo ele, “integrar o Grecom foi semelhante a ganhar na loteria”. Ronaldo explica que os estudos do grupo proporcionaram caminhar por áreas diferentes da sua e relacioná-las. Seguindo a idéia de que um profissional não pode apenas especializar-se em sua área, mas deve poder entendê-las a partir de outras perspectivas. E completa “eu não poderia imaginar que iria falar de música utilizando as idéias de um físico como IIya Prigogine”. O professor tem diversos artigos relacionando a rotina das bandas de música e seu aspecto educativo. Dentre eles está ‘Banda de Música, Espaço Transdisciplinar’, publicado nos cadernos temáticos da Revista do MEC. Brevemente, a revista deve lançar o artigo “O Executivo e o Artista”, também de sua autoria. Neste último, o professor aborda a questão da criatividade dos profissionais da sociedade do conhecimento. Na sua abordagem, os profissionais, independente de serem artistas, necessitam aliar o saber burocrático ao saber “artístico e criativo” para que possam se destacar em seus projetos.