Entrevista em 13 de julho de 2009
O professor Manoel Lucas Filho é graduado em Engenharia Civil, com doutorado na Universidade Politécnica de Madri e Pós-doutorado na Universidade Politécnica de Barcelona, ambos em Engenharia Sanitária e Ambiental. Atualmente é diretor do Curso de Tecnologia da UFRN, e mesmo diante das responsabilidades do setor, Manoel Lucas continua realizando e conduzindo pesquisas.
O professor coordena o projeto 'Água Azul', originado da sua pesquisa na área de qualidade de água, que aborda o reuso e a reciclagem de água residuária. O projeto é financiado pelo IDEMA, monitora a qualidade de todos os corpos de água do Rio Grande do Norte que são: rios, reservatórios e águas subterrâneas, sendo28 poços em Natal.
O projeto 'Água Azul que faz análises das águas com o objetivo de saber se estão em condições de serem utilizadas para o abastecimento, a irrigação e o lazer. Manoel Lucas explica que as análises são microbiológicas, físico-químicos, de toxidade (quando a água é voltada à irrigação) e de ciano-bactérias (algas que liberam toxinas nocivas à saúde) que em barragens e açudes. “As análises de ciano-bactérias são realizadas principalmente no Gargalheiras e na Barragem Armando Ribeiro Gonçalves, já que as algas não aparecem em águas subterrâneas”.
O professor informou que mais de 20 pessoas trabalham no projeto em todo o Estado fazendo coleta de amostras de água para análise, que envolve além da UFRN, o IFRN, a UERN, a Ufersa, a Emparn e o Igarn. Dentre as suas pesquisas, Manoel Lucas destaca a de reuso de água, no assentamento 'Maria da Paz', em João câmara. “Foi o primeiro assentamento do Brasil com esgotamento sanitário, onde a água usada era tratada, e reutilizada na irrigação'. Segundo ele, o projeto foi considerado modelo pelo INCRA, e utilizado como padrão para ser implantado nos assentamentos rurais no país.
Outra pesquisa realizada com sucesso foi do primeiro edifício no Brasil com reciclagem de água. O projeto foi apontado pela Agência Nacional de Águas como o quinto melhor do Brasil. “O edifício conta com uma pequena estação, que trata as águas usadas no chuveiro e lavanderias, e encaminha para uma caixa d´água para serem utilizadas nas bacias sanitárias e na reserva de incêndio do prédio”, contou.
