Entrevista em 18 de agosto de 2009
A professora adjunta da UFRN, Ione Rodrigues Diniz Morais é graduada em Geografia, pelo Centro de Ensino Superior do Seridó (CERES – Caicó), especializada em Geografia Humana, pela PUC-MG, com mestrado na área de concentração em desenvolvimento urbano e regional, tendo como campo empírico, o município de Caicó, e com doutorado no mesmo tema, abrangendo a região do Seridó, ambos no núcleo de ciências sociais da UFRN, em Natal.
Ione atua no CERES – Caicó, desde 1991, foi coordenadora do curso de geografia quatro vezes, chefe do departamento de história e geografia, é vice-coordenadora do curso de educação à distância na licenciatura de geografia e coordena o projeto de monitoria de licenciatura e bacharelado, em geografia. A professora também coordena o grupo de pesquisa 'sociedade e espaço' e o laboratório de estudos geográficos, onde são desenvolvidos projetos de extensão que se voltam para o meio ambiente, como por exemplo, o projeto de arborização comunitária aplicado nas cidades de Jucurutu, São João do Sabugi e Parelhas.
Em relação aos projetos desenvolvidos pela professora, destacamos o que trata de pequenas e médias cidades do RN, que é a pesquisa sobre a dinâmica espacial urbana e o papel que as pequenas cidades têm desempenhado nessa dinâmica, como as pessoas estão conseguindo sobreviver nesses locais, que tipo de economia está sendo gerada, e a percepção dos habitantes em relação a dinâmica urbana. “Nossa pesquisa tem constatado que as pessoas que habitam esses locais conseguem perceber que, mesmo sendo dependentes dos centros urbanos, consegue haver atributos nas pequenas cidades, e os moradores não se veem excluídos da dinâmica atual, afinal, a tranquilidade, a sociabilidade, e a qualidade de vida que a cidade grande não está mais garantindo são muito valorizados por eles”, destacou professora Ione.
Atualmente, também está sendo encaminhada pela professora uma pesquisa na área de desertificação, que tem como objeto de análise o Seridó, especificamente os núcleos de Acari, Cruzeta, Parelhas, Carnaúba dos Dantas, Currais Novos e Equador. O projeto tem como objetivo analisar como as pessoas (já identificadas) das comunidades afetadas pelo processo de desertificação estão se relacionando com o meio ambiente; e observa se elas estão contribuindo com o combate a desertificação, e se há alguma estratégia de superação desse problema. A professora enfatizou que “o projeto têm elementos para avaliar qual é o nível de conscientização que as pessoas diretamente envolvidas no problema estão apresentando”. Segundo ela, uma das hipóteses é que o processo de educação ambiental, ainda não consegue ser eficaz para resolver o problema. “Para muitos, a desertificação não existe. É uma visão teórica. Principalmente das pessoas questão atuando diretamente nas atividades ceramistas. Elas enxergam como uma questão que não diz respeito a eles, quando na verdade eles estão no foco do problema”, ressaltou Ione.
