Educação Infantil e atuação política

Educação Infantil e atuação política

Entrevista em 30 de março de 2009

A professora Antônia Fernanda Jalles, pedagoga por formação, Mestre e Doutora no ‘Processo de aprendizagem no contexto bilíngüe’, pela Universidade Complutense, de Madri, mas sua paixão pelo ensino, em especial o Ensino Infantil, vai além das atividades em sala de aula, pois atua como agente política em prol dos interesses da educação infantil brasileira.

Sua vocação político-institucional se intensificou no período em que foi diretora do Núcleo de Educação Infantil da UFRN (NEI), em 2004, onde o seu maior trabalho foi à ampliação e a abertura da instituição para comunidade externa. “Não era possível que uma escola como o NEI, qualificada, que forma professores, que atua no ensino, pesquisa e extensão da UFRN, se constituísse como uma escola comunitária, uma espécie de gueto. A gente precisava dialogar com a comunidade, com os movimentos sociais e ampliar nossa atuação política”, disse Fernanda.

Com esse foco, Fernanda mediou à inserção do NEI nos diversos fóruns de educação do país, entre eles: o ‘Fórum de Educação Infantil do Rio Grande do Norte’, a ‘Organização Mundial de Educação Pré-Escolar (OMEPE)’ e o ‘Movimento Interfóruns de Educação Infantil do Brasil (MIEIBI).

Atualmente exerce a função de coordenadora de projetos de extensão do NEI e comemora duas grandes conquistas: o cargo de coordenadora do ‘Programa formação inicial para professores em exercício na educação infantil (PROINFANTIL)’, que capacita mais de 2 mil professores leigos nos estados do Ceará, Pernambuco e Rio Grande do Norte; e a inclusão das crianças de 0 a 3 anos no FUNDEB, onde antes só eram incluídas crianças na faixa etária de 04 a 11 anos.

“Com a inclusão das crianças de 0 a 3 anos no FUNDEB, a educação infantil, que sempre teve uma história de exclusão no Brasil, passou a ter recursos oficiais do Governo Federal. A partir de agora, a matrícula representa dinheiro no caixa das prefeituras”, explica a coordenadora.

Atualmente a principal luta é a incorporação das escolas comunitárias e filantrópicas à rede municipal de ensino. “Vamos discutir esse tema na Conferência Nacional de Educação que estou organizando. O evento acontecerá em setembro, o local está sendo definido”, concluiu.


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