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Entrevista em 16 de março de 2009
Natural de Maceió, a pesquisadora Sandra Maria Nunes Monteiro graduou-se em Nutrição, na Universidade Federal de Alagoas (UFAL), em 1990, se especializou em Administração Hospitalar, na Faculdade São Camilo; e em Fisiologia Humana, na UFAL, onde exerceu a função de professora substituta.
Foi na Universidade Federal do Ceará (UFC), que Sandra Monteiro cursou Mestrado e Doutorado em Farmacologia. Suas pesquisas no mestrado mantiveram o foco na área de Nutrição como o estudo sobre ‘Farmacologia da nutrição’, relacionando câncer gástrico e metabolismo de nutrientes. No doutorado, ela avaliou a ‘Suplementação de peptídeos, aminoácidos e vitaminas em camundongos com diarreia induzida por medicamentos (inflamatória), e por toxinas da cólera (secretória)’.
Nesse estudo, a pesquisadora obteve resultados expressivos. “Nos testes realizados com os animais submetidos aos medicamentos, a administração de glutamina, aliada a outros aminoácidos ou a vitaminas A e E, fez com que a perda de peso causada pela diarréia fosse reduzida em torno de 80% a 90%”, explica.
Sandra Nunes concluiu o doutorado em 2004. Em 2006, foi aprovada no concurso para docente do Departamento de Nutrição da UFRN, onde atualmente ministra aulas na graduação, colabora com o Programa de Pós-Graduação em Ciências Farmacêuticas, e participa da Base de Pesquisa de Alimentos e Nutrição. Nesta última, são desenvolvidos projetos como a ‘Práticas de nutrição nas ações de saúde’, voltadas para o atendimento de adultos com hipertensão, diabetes, obesidade e dislipidemia.
Há dois anos, a professora trabalha em uma pesquisa similar à desenvolvida no seu doutorado, mas agora abordagem do assunto é clínica. “Estou elaborando um perfil alimentar e nutricional das crianças vítimas de diarréia, internadas no hospital de pediatria, Profº Heriberto Bezerra (Hosped), da UFRN. E que não são poucas”, disse. De acordo com ela, a cada quatro crianças, uma na idade de 1 a 10 anos, é internada no Hosped com esse diagnóstico. “Dessas crianças, aquelas com até três anos, em sua maioria, também apresentam quadro de desnutrição”.
A professora decidiu não restringir sua pesquisa apenas aos casos de diarréia como fonte primária da internação, ela ampliou o trabalho a todas as crianças que apresentam o problema, e nem sempre estão relacionadas a alguma doença. “Nós percebemos que os hábitos alimentares da família, o ambiente sócio-econômico em que a criança vive, e o conhecimento que a família tem sobre a doença, não são adequados. Então, passamos a trabalhar com a família do paciente” enfatizou.Para ela, o próximo passo do estudo é a elaboração de uma cartilha educativa sobre os cuidados nutricionais e higiênicos para se evitar a diarréia. “Vamos distribuir essa cartilha às famílias dos internos, aos profissionais do Hosped e, posteriormente, à sociedade” concluiu Sandra Monteiro.