Opiniões »

Das diferenças entre propostas do PROIFES e Andes

Publicado em 20 de maio de 2015 às 14h32min

Por Francisco Wellington Duarte*


São nos momentos de tensionamentos em que as diferenças de princípios aparecem de forma mais clara, pois as estratégias e táticas, mesmo que sendo dissimuladas, emergem pela necessidade dos agentes envolvidos revelarem suas verdadeiras intenções.

E nesse momento, mais uma vez ficam claras as profundas diferenças que existem entre o PROIFES-FEDERAÇÃO e o ANDES-SINDICATO NACIONAL, posto que a explanação das percepções de ambas as entidades acerca do processo de negociação acaba reiterando a verdadeira face destas entidades, que desde 2008, representam segmentos dos professores das universidades e institutos federais de ensino superior.

E não adianta tergiversar.

O PROIFES-FEDERAÇÃO apresenta um agregado de propostas para a negociação salarial e de ajustes de carreira para o Magistério Superior (MS) e o Ensino Básico Técnico e Tecnológico (EBTT), o que acaba por trazer ganhos salariais via reajuste real e ajustes na malha salarial da carreira. O ANDES-SN se concentra num reajuste linear, atingindo TODOS os servidores públicos federais e não trata da Carreira simplesmente porque não a reconhece, já que mantém a defesa da carreira antiga, única, em que o EBTT não existia.

A forma de como as duas entidades iniciam o processo de negociação também se diferencia. O PROIFES-FEDERAÇÃO aceita a Mesa de Negociação Setorial, levando suas reivindicações e aceitando um calendário que se estende até julho, data-limite para que a proposta seja colocada em orçamento.

O ANDES-SN não aceita negociar setorialmente. Como fiel caudatário e um dos principais mantenedores da CSP-CONLUTAS, articulou o Fórum dos Servidores Públicos e, desde o início dessa articulação, trabalhou para controlá-lo, excluindo os sindicatos que não aceitaram a transformação do Fórum numa massa de manobra da CSP-CONLUTAS e do PSTU. E desde o início de 2015 buscaram, pelo país inteiro, mobilizar os professores para uma greve, já determinada, para fins de maio.

O resto foi montar o teatro para a justificativa dela.

 

*Professor do Departamento de Economia da UFRN
Chefe do Departamento de Economia da UFRN
Doutor em Ciência Politica pelo Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais (PPGCS) da UFRN
Vice-presidente do ADURN-SINDICATO


Comentários dessa opinião

Seu nome
Seu e-mail
Seu comentário
 
 
ADURN Sindicato
84 3211 9236 [email protected]